Eles fazem inúmeros preparativos para a revolução, enquanto Katniss se preocupa com Peeta, que não foi resgato pelo Distrito 13 e está sob os cuidados da Capital. Em meio a isso, várias descobertas são feitas: o Distrito 12 foi extinto e os poucos sobrevivente estão refugiados no 13; algumas pessoas que ela achava que estavam ao lado da Capital na verdade apoiavam o Distrito 13; etc. 

Nesta primeira parte, Gale e ela se reaproximam e os laços sentimentais entre eles estão cada vez mais confusos. Como esperado, neste livro ele tem um destaque maior e se mostra um homem forte, seguro, preparado e não tão bondoso e sentimental quanto Peeta. 

Na segunda parte da história, começa uma verdadeira guerra. O Distrito 12 invade o Distrito 2 para enfraquecer a Capital, resgata Peeta e descobre que ele foi usado pelo Presidente, que inclusive se utilizou de técnicas para distorcer a sua opinião e as suas lembranças. 

Neste período Katniss fica muito tempo presa no Distrito 13, que tenta preservá-la e protege-la ao máximo. Aqui, uma característica que foi muito marcante no primeiro volume da trilogia, se perde um pouco: a menina segura, decidida e firme, se torna insegura, indecisa, as vezes egoísta e começa a narrar a situação de uma forma bem dramática. 

Essa mudança, ao meu ver, pode ter acontecido com a intenção de refletir que ao mesmo tempo em que ela tinha inúmeros problemas e objetivos, ela era uma garota de apenas 17 anos, com medos comuns e preocupações típicas de toda adolescente. 

Na terceira e última parte, A ASSASSINA, temos um desfecho um pouco diferente do previsto, repleto de ação e de reviravoltas. Morte, dor, sofrimento. Personagens que não imaginava que iriam morrer, morreram. 

O que mais me chamou a atenção: um final não muito romantizado ou feliz. Mas um certeza de que as marcas deixadas nunca poderiam se apagar. Uma impressão de que por mais que os Jogos Vorazes tenham sido extintos, os seus resquícios estariam sempre presentes naquele povo e em muitas gerações futuras. 

Narrativa: 

Sobre a narrativa, mantenho a afirmação que fiz sobre os outros livros: a autora escreve de forma clara, direta, agradável e que prende o leitor. 

Uma conclusão: 

A história representa uma critica à sociedade, que atualmente se preocupa tanto com os “espetáculos”, que muitas vezes ignora o constrangimento e dor que eles podem causar a inúmeras pessoas. Critica um governo que não mede esforços para se mostrar poderoso e autossuficiente, que visa apenas o bem estar de pequenos grupos, em detrimento do esforço e do sofrimento da maior parte da população. 

No que se refere à personagem principal, em alguns momentos ela se mostrou muito insegura e um pouco egoísta, como já mencionei. Por outro lado, isso também a mostra como um ser humano comum, com medos, defeitos e qualidades, como qualquer o outro, o que de certa forma se desviou daquele clichê de “personagem perfeita, que só pensa no outro e abre mão de tudo pra fazer alguém feliz”. 

Na parte referente ao romance, apesar de em algumas passagens Katniss se tornar cansativa com a sua dúvida e a sua instabilidade, a meu ver ele foi mais um plano de fundo da história. Não recebeu um foco muito grande, o que foi um diferencial do livro. 

Considerei a trilogia excelente, principalmente em relação a alguns outros livros para o público jovem! Claro que como todo livro, tem alguns pontos negativos, mas nada que desvalorize a qualidade da história.

Filme:

O último livro da trilogia será dividido em dois filmes, A esperança (parte 1), com previsão de lançamento em 2014 e A esperança (parte 2), previsto para o ano de 2015.