Clássicos Zahar Crítica

Peter Pan, de J. M. Barrie

09:42Universo dos Leitores

Todos conhecem ou pelo menos já ouviram falar de Peter Pan, um dos mais famosos personagens da literatura infanto-juvenil e que tem como principal característica o desejo de não crescer. O livro, publicado por J. M. Barrie no ano de 1860 é considerado um clássico e já foi traduzido e adaptado em inúmeras línguas.

No Brasil, a história foi publicada pela primeira vez no ano de 1930 por meio de uma adaptação do genial Monteiro Lobato e desde então várias versões já foram lançadas. Uma versão que merece destaque é a da Editora Zahar: livro com capa dura, ilustrações originais, texto completo e original e comentários de Thiago Lins nas notas de rodapé. Pronto, essas considerações já foram suficientes para mostrar o quando a edição é espetacular e um ótimo presente para os jovens leitores.

A importância da história é tão grande que ela é tema de debate em várias escolas e em vários grupos de estudo. Além disso, já recebeu inúmeras adaptação cinematográficas – a primeira no ano de 1953 e a última no ano de 2004, que recebeu o título “Em busca da Terra do Nunca” e contou com a participação do brilhante Johnny Deep.

Sobre a história:


“Era um menino lindo que usava uma roupa feita de esqueletos de folha e da seiva que escoa das árvores; mas o mais fascinante nele era que ainda tinha todos os dentes de leite.”

Wendy era uma criança comum que morava com os seus pais e os seus irmãos João e Miguel. Ao lado de uma babá e da incrível cachorrinha Naná, a vida da família transcorria de forma normal e sem grandes acontecimentos. Tudo mudou no dia que um pequeno menino voador apareceu no quarto de Wendy e lhe contou que vivia solitário na Terra do Nunca, um lugar repleto de fadas, piratas, sereias e onde as crianças nunca cresciam. Encantada com as descrições de Peter, a garota convidou os irmãos e juntos resolveram encarar uma aventura ao lado do pequeno menino voador.

“- Pan, quem é você? – perguntou o capitão com voz rouca.
- Eu sou a juventude, eu sou a alegria – respondeu Peter num impulso. – Sou um passarinho que furou a casca do ovo”.

Quando chegaram na Terra do Nunca eles ficaram encantados com os moradores do local e amigos de Peter Pan, que só desejavam ter uma mãe que pudesse contar histórias. A menina, pura e sensível, assumiu o papel de mãe dos garotos e ganhou uma linda casa embaixo da terra. Como nem tudo são flores, a vida no mundo de Peter as vezes era problemática e perigosa em razão dos maldosos piratas, em especial do Capitão Gancho, grande inimigo de Peter e que estava disposto a tudo para destruí-lo.

Com uma narrativa leve e envolvente e um narrador que as vezes se transforma em personagem e aparece na história para dar as suas opiniões pessoais, somos conduzidos a uma história de aventura que retrata com perfeição os sentimentos de amizade, lealdade e cumplicidade. Conhecemos personagens repletos de características marcantes e que possuem um único sonho no coração: preservar a pureza da infância.
Também é preciso mencionar que o escritor se preocupou em mostrar de forma clara a dicotomia entre o bem e o mal que exite em todas as pessoas. Peter, por exemplo, apesar de ter um bom coração e uma enorme vontade de ajudar os seus amigos, por vezes era maldoso e egoísta. O Capitão Gancho, grande vilão da história, era cruel e desumano, mas amava as flores e algumas vezes ficava comovido diante dos gestos de Peter Pan. A fada Sininho, grande amiga de Peter, era muito ciumenta e por tal razão perdia o controle dos seus atos, que nem sempre eram bons.

“Sininho não era de todo má; ou melhor, ela era toda má agora, mas, por outro lado, às vezes era boa. As fadas tem que ser uma coisa ou outra, pois como são tão pequenininhas, infelizmente só tem espaço para um sentimento de cada vez”.
O interessante dessa mudança nas atitudes dos personagens é que o escritor conseguiu deixar a mensagem de que os seres humanos são pessoas complexas e que não existe o bem completo ou o mal absoluto. Ele ensinou de forma incrível que podemos ser um pouco de cada coisa e que a escolha depende de nós.

“Peter ficou atordoado não por causa da dor, mas por causa da injustiça. Aquilo o deixou completamente indefeso. Ele só conseguia olhar para gancho horrorizado. Toda criança se sente assim da primeira vez que é tratada com injustiça. Quando uma criança se aproxima de você, querendo se entregar a você, a única coisa que ela pensa é que merece um tratamento justo. Depois que você for injusto com ela, ela vai voltar a a amá-lo, mas nunca mais vai voltar a ser a mesma criança”.

O livro é inteligente, envolvente, criativo e diferente! Sem dúvida uma história inesquecível, afinal, quem quer deixar de ser criança?
- Destaque:

Esse livro não é o único em Edição completa e ilustrada da Editora Zahar. Clássicos como Persuasão, Alice no País das Maravilha, O Corcunda de Notre Dame e O Conde de Monte Cristo também podem ser encontrados nesse formato. Aproveitem!

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