Crítica Editora Galera Record

O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald

13:30Isabela Lapa


"(...) Gatsby acreditou na luz verde, no orgiástico futuro, que ano após ano, se afastava de nós. Esse futuro nos iludira, mas não importava: amanhã correremos mais depressa, estenderemos mais os braços… E, uma bela manhã… E assim prosseguimos, botes contra a corrente, impelidos incessantemente para o passado.”

O livro, um dos maiores sucessos do escritor F. Socott Fitzgerald, foi publicado pela primeira vez no ano de 1925. Com uma linguagem simples e direta, a leitura é rápida, leve e agradável.

A história é narrada por Nick Carraway, um jovem honesto, de origem humilde, aspirante a escritor, que trabalha como corretor da bolsa de valores e se muda para uma agradável casa em West Egg, Long Island.

Poucos dias após se instalar no local, Nick começa a escutar inúmeros comentários acerca do milionário Jay Gatsby, um homem misterioso, com um passado desconhecido e que vive uma vida repleta de ostentação em uma mansão localizada exatamente ao lado da sua casa. 

Em uma oportunidade os dois se conhecem e Nick se impressiona com o vizinho de imediato. Eles começam uma amizade e um tempo depois, Gatsby revela que se mudou para o local para tentar se reaproximar de Daisy, o seu grande amor. Como a mulher era prima de Nick, o milionário pede que ele o ajude na difícil missão. 


“Havia em seus movimentos tranquilos e na posição segura com que firmava os pés no gramado algo que sugeria estar ali o próprio Sr. Gatsby, que saíra de casa a fim de constatar qual o quinhão que lhe cabia de nosso céu local.” 

Enquanto a reaproximação do casal acontece, os segredos de Gatsby começam a rondá-lo e os conflitos da sua vida pessoal acabam sendo um empecilho para a sua tarefa. Nick, que se mantém fiel ao amigo até o fim, diversas vezes demonstra a sua insegurança em relação aos fatos narrados, deixando claro que nenhuma verdade era absoluta e que o amigo seria sempre um incógnita. 

Os personagens são bem desenvolvidos e conseguimos captar a áurea de cada um, no entanto, as suas razões e os seus objetivos não ficam claros em nenhum momento, o que mantem o ar misterioso da obra e prende a atenção para a leitura.

O romance apresenta uma crítica árdua à aristocracia e ao estilo de vida dos americanos, fazendo jus ao período em que foi escrita. Algumas passagens, especialmente as frases do personagem Tom, são repletas de comentários racistas, esnobes e artificiais, o que comprova o estilo superficial e carregado de falso moralismo comum à época.

Trata-se de um livro agradável, repleto de luxo, festas, glamour e mentiras, onde a maior dificuldade do leitor é descobrir o que é verdade e o que é apenas um delírio da mente do complexo narrador. Vale a pena conhecer! 

“E eu gosto de festas grandes. Elas são tão íntimas! Nas pequenas 
reuniões não há isolamento algum.” 

Um detalhe importante: o final é surpreendente! 







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