20 mil léguas submarinas Clássicos Zahar

20 mil léguas submarinas, de Jules Verne

00:00Universo dos Leitores

“O mar não apenas é o veículo de uma sobrenatural e prodigiosa existência, não apenas é movimento, é amor, é o infinito vivo, como disse um de seus poetas.” 

De duas coisas eu tenho certeza absoluta nessa vida: Jules Verne foi um homem apaixonado pelo mar e dono de uma criatividade ilimitada. 20 Mil Léguas Submarinas, o seu livro mais famoso, está aqui para não me deixar mentir.

A história começa quando o professor Aronnax é convidado para compor uma tripulação especial e sair em busca de um suposto animal marítimo de proporções desconhecidas, que está causando o naufrágio de vários navios importantes. Animado e curioso, ele aceita embarcar na aventura e parte ao lado dos amigos Conseil e Ned Land.

Acontece que o navio que eles estão também se choca com o tal animal que, na verdade, não era um ser vivo, mas sim um submarino poderoso e moderno, comandado pelo Capitão Nemo, um homem recluso, mal humorado e dono de uma inteligência ímpar, que decidiu abandonar a vida em sociedade e viver nas profundezas do mar. 
Completamente deslumbrado com a descoberta, o professor passou a viver com os amigos no tal submarino e juntos eles precisaram enfrentar os mais diversos perigos e se envolver em situações completamente novas e de tirar o fôlego. Da mesma forma, eles também tiveram a oportunidade de descobrir novas espécies marítimas e de se maravilhar com as belezas do mar... 

O livro nos leva a uma verdadeira viagem marítima e apresenta reflexões interessantes sobre o amor pela natureza e pela ciência, ao mesmo tempo em que fala sobre a vida em sociedade e a tão sonhada esperança por dias melhores. 

“O mar é o grande manancial da natureza. Foi pelo mar que o globo começou, e quem sabe não terminará! Aqui reina a suprema tranquilidade. O mar não pertence aos déspotas. Talvez em sua superfície eles ainda possam exercer direitos iníquos, engalfinhar-se, entredevorar-se, estendendo-lhe todos os horrores terrenos. A dez metros de profundidade, contudo, seu poder cessa, sua influencia se extingue, sua força desaparece.”
Vale dizer que todos os personagens são interessantes, mas o Capitão Nemo se destaca. Ele tem aversão à vida em sociedade, às cobranças sociais, à ideia de status e de poder e optou por viver uma vida diferente e lutar contra tudo que sempre o incomodou. Repleto de mistérios e de particularidades, a sua caracterização é invejável, completa, instigante e inteligente. 

Além disso, a riqueza de detalhes da narrativa é simplesmente incrível! São páginas e páginas de descrição do cenário e de cada novo animal descoberto. Tudo é tão encantador e deslumbrante que muitas vezes eu me senti no fundo do mar ao lado do Capitão Nemo e do Professor Aronnax. Isso sem contar nos acontecimentos surpreendentes, que permitem emoções atrás de emoções e surpresas atrás de surpresas... É de tirar o fôlego.

Acontece que mesmo com tantas aventuras, essa é uma leitura que deve ser feita com tempo e atenção, já que a linguagem é densa e formal, o que se transforma em um grande (e delicioso) desafio. Como o livro foi publicado no ano de 1870, é claro que o estilo narrativo é diferente e que alguns termos são completamente estranhos. No entanto, isso não retira o encanto da obra, tornando-a ainda mais rica e interessante.
Também convém ressaltar que a edição da Zahar conta com notas de rodapé que explicam os termos mais raros ou desconhecidos, além de conter um glossário de termos náuticos.

Sem dúvida uma história maravilhosa, que nos transporta para um universo mágico e fantástico e nos permite sonhos deliciosos! Jules Verne criou um mundo de proporções inimagináveis e completamente à frente do seu tempo.

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