Crítica Cyberstorm

Cyberstorm, de Matthew Mather

00:05Universo dos Leitores

Cyberstorm, de Mathew Mather, foi recentemente lançado pela Aleph e está entre uma das grandes apostas da editora esse ano. O livro me chamou a atenção logo na sinopse, contudo, todas as expectativas foram superadas ao longo da leitura.

Com capítulos curtos e uma narrativa ágil, consistente e muito bem escrita, a história é narrada em primeira pessoa por Mike, um homem que vive em Nova York com a esposa Lauren e o filho Luke. Logo nas primeiras páginas percebemos que o casal está passando por vários conflitos, o que está deixando Mike muito ansioso e insatisfeito, contudo, todos esses problemas se tornam pequenos quando a cidade sofre um ataque cibernético, a internet pára de funcionar, a eletricidade é interrompida, um vírus começa a causar problemas de saúde em várias pessoas da região, e eles precisam enfrentam o inverno completamente congelante, além da restrição de alimentos e de água. 

"- Pelo menos as armas nucleares, sabemos que elas são assustadoras, como em Hiroshima e Bikini, mas, com as ciberarmas, ninguém sabe o tamanho dos danos que elas causarão se forem lançadas, e eles as têm espalhado na infraestrutura uns dos outros como luzinhas em árvores de Natal do fim do mundo."
Ao lado de Chuck e Susie, um casal de amigos, Mike e a família precisam enfrentar diversas situações complicadas. Com o caos reinando na cidade, eles começam a conviver com pessoas estranhas e com reações desesperadas, e encaram o medo, a fome, as doenças e o pânico. Em meio a tudo isso, Lauren confessa uma situações que deixa todos ainda mais apreensivos: ela está grávida!

Esse é um livro que levanta várias reflexões sobre a evolução da tecnologia e da internet, ao mesmo tempo em que mostra como os seres humanos podem ser frios, cruéis e egoístas. Ao longo da leitura, percebemos não somente os aspectos da nossa essência, como também o perigo que é condicionarmos a nossa vida à existência da internet, que ao mesmo tempo em que proporciona tantas vantagens, é repleta de faltas e imprecisões que podem ser violadas por pessoas com boas ou más intenções.

"Aquela tempestade estava gerando medo nas pessoas, despertando seu instinto de sobrevivência. A lei havia sido infringida, mas não a ordem. Regras eram feitas para manter uma comunidade, e, naquele momento, a comunidade precisava infringir as regras para sobreviver, estava aplicando seus próprios recursos de emergência."
Essa premissa, que por si só é atual e inovadora, se torna ainda mais interessante em razão da precisa definição temporal. O autor inicia cada capítulo indicando o dia do ano e a quantos dias o caos teve início, o que além de contribuir para despertar a ansiedade do leitor, serve para enfatizar a noção do quanto um caos pode ser instalado rapidamente. 

Vale comentar que o final é bem esclarecedor e não deixa pontar soltas, o que é um grande mérito, já que obras com esse tipo de abordagem costumam se abster de explicações.

Sem dúvida uma leitura agradável e inteligente, que mistura ficção científica, conspirações, mistérios, ação e até mesmo algumas doses de romance e humanidade. 
Curiosidades:

- O livro foi publicado de forma independente na Amazon e chegou a ter 1500 downloads em um único dia. 

- Os direitos da obra já foram comprados pela 20th Century Fox, então em breve essa história estará nas telonas. Como o autor foi muito preciso nas descrições dos cenários e na caracterização dos personagens, acredito que o filme tem tudo para ser um sucesso.


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