No dia 2 de agosto de 1952, um cinema londrino ficou lotado de celebridades que aguardavam a estreia de Luzes da Ribalta, de Charles Chaplin. O lançamento deste icônico filme de Chaplin foi o marco do fim das produções do ator e diretor nos EUA e no cinema. Ao regressar aos EUA, Chaplin teve o visto negado e não pode voltar a morar lá. Suas tendências polÃticas de esquerda o impediram de entrar nos EUA e o levaram à uma vida pacata e reclusa na SuÃça, onde Chaplin viveu até a morte.
Genial, Chaplin acumulou nada mais nada menos que 8 funções: foi diretor, produtor, financiador, roteirista, músico, cinematógrafo, regente de orquestra e ator. Seu personagem Carlitos (o vagabundo), sua visão crÃtica e sua maneira poética de se comunicar com pessoas de todas as idades e de épocas diferentes fazem de Chaplin um dos maiores sÃmbolos do cinema mundial.
Entre tantos trabalhos incrÃveis, Luzes da Ribalta se destaca pela qualidade e também pela sua importância na vida do ator, já que este foi seu último trabalho.
Mesmo após ganhar espaço nas telas do cinema (e no coração dos fãs), o argumento permaneceu arquivado por décadas até ser "resgatado" por David Robinson, crÃtico e biógrafo oficial de Chaplin que encontrou e compilou a novela, resultado de um um trabalho incrÃvel publicado recentemente no Brasil. 
O roteiro de Luzes da Ribalta narra o drama de Calvero, um melancólico e decadente palhaço que se apaixona por Thereza, uma bailarina suicida. Manuscritos, fotografias e rabiscos complementam a obra e enriquecem o trabalho minucioso de David Robinson.
Os diálogos são construÃdos com firmeza e segurança, mostrando toda a versatilidade de Chaplin que parece dominar mais este campo artÃstico. Muitas falas foram preservadas no roteiro que contém inúmeros signos e simbologias, revelando inclusive parte do cenário social da época.
Uma ótima escolha para quem quiser conhecer mais um trabalho de Chaplin, um dos artistas mais completos de todos os tempos.
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