A febre do amanhecer Cia das Letras

A febre do amanhecer, de Péter Gárdos

00:00Isabela Lapa


O amor pode acontecer de várias formas e pode se sustentar por diversas razões. Enquanto alguns amores se baseiam na alegria, na juventude, no excesso de possibilidades e de mundos a serem descobertos, outros surgem em razão da dor, da perda, da pouca ou nenhuma esperança. O segundo caso reflete bem o sentimento dos personagens desse livro! 

“O médico não tinha certeza se ele havia entendido o diagnóstico, se captaram a mensagem. Ao meu pai, o tempo interessava menos do que outras questões mais importantes, como a sua vida. “

Após a segunda guerra mundial Miklós, um jovem de apenas 25 anos de idade, recebeu a notícia de que teria poucos meses de vida pela frente e que precisaria passar todos eles no hospital em razão de uma tuberculose. 

Porém, a triste informação não foi suficiente para acabar com o seu sonho de encontrar um grande amor, razão pela qual ele resolveu escrever diversas cartas e enviar para várias mulheres que ele sequer conhecia.


Um tempo depois dos envios ele recebeu a resposta de Lili, uma jovem de 19 anos que também enfrentou campos de concentração e sofreu muito com a guerra. A moça, mesmo tão jovem, sofria de problemas renais e também estava em um hospital sem grandes expectativas de vida.

“- Qual é mesmo sua profissão, Miklos?  
– Eu fui jornalista. E poeta.  
– Ah, um engenheiro de alma. “

Entre uma carta e outra, vários sentimentos foram revelados e muitas emoções foram compartilhadas. Diante disso, mesmo contrariando todas as ordens médicas, eles resolveram se encontrar.

A partir daí a história, que é narrada em terceira pessoa pelo próprio Péter Gárdos, autor do livro, ganha novos contornos e os personagens conquistam ainda mais os nossos corações.

Mais que uma história de amor essas páginas revelam informações sobre os sentimentos das pessoas que sobreviveram a uma das maiores barbáries de todos os tempos.


Essa não é uma leitura repleta de aventuras e de reviravoltas, mas sim uma leitura que fala de sentimentos verdadeiros e de seres humanos feridos, mas que ainda assim conseguem ter empatia e cultivar amor! 

Uma leitura curta, mas simplesmente linda e tocante! Vale a pena conferir... 

“E se tiveres um filho, irmãozinho, ensina-o 
Que a justiça não se faz com espingarda e revólver,  
Que o conserto do sofrimento do mundo  
Não depende do alcance do míssil.
E na loja de brinquedos, irmãozinho, não compres 
Soldados ao teu filho, mas na prateleira branca, 
Escolha cubos de madeira, para que desde pequeno 
Em vez de matar, que aprenda construir um novo mundo.”
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