Charles Bukowski Escritores

Especial Charles Bukowski: Ele, por ele mesmo

07:25Universo dos Leitores

No ano de 1987, o ator Sean Penn foi convidado para ser o protagonista de Barfly, um filme sobre a vida de Bukowski. Ocorre que na Ășltima hora houve uma alteração na programação e o papel foi transferido para Mickey Rourke. 

PorĂ©m, enquanto se preparava para o filme, o fabuloso Sean conseguiu uma entrevista com Bukowski e nela foram abordados os assuntos polĂȘmicos que rodeavam a sua vida, especialmente bebida e mulheres. Sem pesar as palavras, ele respondeu tudo com o cinismo que lhe era caracterĂ­stico e a entrevista mostrou com propriedade as suas caracterĂ­sticas. Confiram: 


BARES: “Eu nĂŁo vou muito a bares. Tirei isso do meu sistema. Hoje, quando entro num bar, sinto nĂĄuseas. FreqĂŒentei muito, enche o saco. Os bares servem para quando somos jovens e queremos brigar, dar uma de macho, arrumar umas mulheres. Na minha idade, eu nĂŁo preciso mais dessas coisas. Agora sĂł entro nos bares para urinar. Às vezes, entro e jĂĄ começo a vomitar”.

ÁLCOOL: “O ĂĄlcool Ă© provavelmente uma das melhores coisas que chegaram Ă  Terra, alĂ©m de mim. Nos entendemos bem. É destrutivo para a maioria das pessoas, mas eu sou um caso Ă  parte. Faço todo o meu trabalho criativo quando estou intoxicado. O ĂĄlcool, inclusive, me ajudou muito com as mulheres. Sempre fui reticente durante o sexo, e ele me permitiu ser mais livre na cama. É uma liberação porque basicamente eu sou uma pessoa tĂ­mida e introvertida, e ele me permite ser este herĂłi que atravessa o espaço e o tempo, fazendo uma porção de coisas atrevidas… O ĂĄlcool gosta de mim.”

FUMAR: “O cigarro e o ĂĄlcool se equilibram. Certa vez, ao despertar de uma embriaguĂȘs, notei que havia fumado tanto que minhas mĂŁos estavam amarelas, quase marrons, como se eu tivesse colocado luvas. E passei a reclamar: ‘Droga! Como estarĂŁo os meus pulmĂ”es?’”

BRIGAR: “A melhor sensação Ă© quando vocĂȘ acerta um sujeito que todo mundo acha impossĂ­vel. Certa ocasiĂŁo enfrentei um cara que estava me xingando. Falei pra ele: ‘Tudo bem, venha’. NĂŁo tive problema – ganhei a briga facilmente. CaĂ­do no chĂŁo, com o nariz ensangĂŒentado, ele falou: ‘Jesus, vocĂȘ se move tĂŁo lentamente que pensei que seria fĂĄcil. Mas quando começou a briga, eu nĂŁo conseguia nem ver as tuas mĂŁos. O que aconteceu?’. Respondi: ‘NĂŁo sei, cara. As coisas sĂŁo assim. Um homem se prepara para o dia que precisa’.”

GATOS: “É bom ter um monte de gatos em volta. Se vocĂȘ estĂĄ mal, basta olhar pra eles e fica melhor, porque eles sabem que as coisas sĂŁo como sĂŁo. NĂŁo tem porque se entusiasmar com a vida, e eles sabem. Por isso, sĂŁo salvadores. Quantos mais gatos um sujeito tiver, mais tempo viverĂĄ. Se vocĂȘ tem cem gatos, viverĂĄ dez vezes mais que se tivesse dez. Um dia, isso serĂĄ descoberto: as pessoas terĂŁo mil gatos e viverĂŁo para sempre.”

MULHERES, SEXO: “Eu as chamo de mĂĄquinas de queixas. As coisas entre elas e os homens nunca estĂŁo bem para elas. E quando vĂȘm com essa histeria… Ah, eu tenho que sair, pegar o carro, ir embora para qualquer lugar. Tomar cafĂ© em algum canto, fazer qualquer coisa, menos encontrar outra mulher. Acho que elas sĂŁo feitas de maneira diferente, nĂŁo? Quando a histeria começa, o cara tem de ir embora e elas nĂŁo entendem porque. ‘Onde vai?’, gritam. ‘Vou Ă  merda, querida!’. Pensam que sou um misĂłgino, mas nĂŁo Ă© verdade. É fofoca. Ouvem por aĂ­ que Bukowski Ă© ‘um porco chauvinista’, mas nĂŁo vĂȘm de onde partiu o comentĂĄrio. Verdade! Às vezes, eu pinto uma mĂĄ imagem das mulheres nos meus contos, e faço a mesma coisa com os homens. AtĂ© eu me ferro nesses escritos. Se realmente nĂŁo gostar de uma coisa, digo que Ă© ruim, seja homem, mulher, criança ou cachorro. As mulheres sĂŁo tĂŁo encanadas que pensam que sĂŁo meu alvo especial. Esse Ă© o problema delas.”

PRIMEIRA VEZ: “Minha primeira vez foi insĂłlita. NĂŁo sabia como fazer, e ela me ensinou todas essas coisas de sacanagem. Lembro que ela dizia: ‘Hank, vocĂȘ Ă© um bom escritor, mas nĂŁo sabe nada sobre as mulheres.’ ‘O que vocĂȘ estĂĄ dizendo? Eu jĂĄ estive com uma porção de mulheres.’ ‘NĂŁo, nĂŁo sabe nada. Vou te ensinar algumas coisas.’ Concordei. Depois, e ela disse: ‘VocĂȘ Ă© bom aluno, entende rĂĄpido’. [Bukowski faz cara de envergonhado. NĂŁo pelos detalhes, mas pelo sentimento da lembrança.] Mas esse assunto de … Eu gosto de servir a mulher, mas isso tudo tĂĄ tĂŁo exagerado! O sexo sĂł Ă© bom quando vocĂȘ nĂŁo o faz.”

ESCREVER: “Escrevi um conto a partir do ponto de vista de um violentador de uma menininha. E as pessoas passaram a me acusar. Diziam: ‘VocĂȘ gosta de violentar criancinhas?’. Eu disse: ‘Claro que nĂŁo. Estou fotografando a vida’. De repente, estava envolvido com uma porrada de problemas. Por outro lado, os problemas vendem livros. Em Ășltima instĂąncia, eu escrevo para mim. [Bukowski dĂĄ uma longa tragada em seu cigarro.] É assim. A tragada Ă© para mim, a cinza Ă© para o cinzeiro. Isto Ă© publicar. Nunca escrevo de dia porque Ă© como ir pelado a um supermercado – todos te podem ver. À noite Ă© quando saem os truques da manga… E vem a magia.”

POESIA: “Faz sĂ©culos que a poesia Ă© quase um lixo total, uma farsa. Tivemos grandes poetas, entenda bem. Existiu um poeta chinĂȘs chamado Li Po que tinha a capacidade de colocar mais sentimento, realismo e paixĂŁo em quatro ou cinco simples linhas que a maioria dos poetas em suas doce ou treze pĂĄginas de merda. Li Po bebia vinho tambĂ©m e costumava queimar seus poemas, navegar pelo rio e beber vinho. Os imperadores o amavam porque entendiam o que ele dizia. LĂłgico que ele sĂł queimou os maus poemas. O que eu quis fazer, desculpem, Ă© incorporar o ponto de vista dos operĂĄrios sobre a vida… Os gritos de suas esposas que os esperam quando voltam do trabalho. As realidades bĂĄsicas da existĂȘncia do homem comum… Algo que poucas vezes se menciona na poesia hĂĄ muito tempo.”

SHAKESPEARE: “É ilegĂ­vel e estĂĄ demasiadamente valorizado. SĂł que as pessoas nĂŁo querem ouvir isso. NinguĂ©m pode atacar templos. Shakespeare foi fixado Ă  mente das pessoas ao longo dos sĂ©culos. VocĂȘ pode dizer que fulano Ă© um pĂ©ssimo ator, mas nĂŁo pode dizer que Shakespeare Ă© uma merda. Quando alguma coisa dura muito tempo, os esnobes começam a se agarrar a ela como pĂĄs de um ventilador. Quando os esnobes sentem que algo Ă© seguro, se apegam. E se vocĂȘ lhes disser a verdade, eles se transformam em bichos. NĂŁo suportam a negação. É como atacar o seu prĂłprio processo de pensamento. Esses caras me enchem o saco.”

HUMOR E MORTE: “Para mim, o Ășltimo grande humorista foi um cara chamado James Thurber. Seu humor era tĂŁo real que as pessoas gritavam de rir, como numa liberação frenĂ©tica. Eu tenho um ‘fio cĂŽmico’ e estou ligado a ele. Quase tudo o que acontece Ă© ridĂ­culo. Defecamos todos os dias – isso Ă© ridĂ­culo, nĂŁo? Temos que continuar urinando, pondo comida em nossas bocas, sai cera de nossos ouvidos… As tetas, por exemplo, nĂŁo servem para nada, exceto…”.

NÓS: “A verdade Ă© que somos umas monstruosidades. Se pudĂ©ssemos nos ver de verdade, saberĂ­amos como somos ridĂ­culos com nossos intestinos retorcidos pelos quais deslizam lentamente as fezes… enquanto nos olhamos nos olhos e dizemos: ‘Te amo’. Fazemos e produzimos uma porção de porcarias, mas nĂŁo peidamos perto de uma pessoa. Tudo tem um fio cĂŽmico.”

GANHAR: “E depois de tudo, morremos. Mas a morte nĂŁo nos ganhou. Ela nĂŁo mostrou nenhuma credencial; nĂłs Ă© que nos apresentamos com tudo. Com o nascimento, ganhamos a vida? NĂŁo, verdadeiramente, mas a filha da puta da morte nos sufoca… A morte me provoca ressentimento, a vida tambĂ©m, e muito mais estar pressionado entre as duas. VocĂȘ sabe quantas vezes eu tentei o suicĂ­dio? Me dĂĄ um tempo, tenho sĂł 66 anos. Quando alguĂ©m tem tendĂȘncias suicidas, nada o incomoda, exceto perder nas corridas de cavalos.”

AS CORRIDAS: “Durante um tempo quis ganhar a vida com as corridas de cavalos. É doloroso, vigoroso. Tudo estĂĄ no limite, o dinheiro do aluguel, tudo. É preciso ter cuidado. Uma vez, eu estava sentado numa curva, haviam doze cavalos na disputa, todos amontoados. Parecia um grande ataque. Tudo o que eu via era essas grandes traseiras de cavalos subindo e descendo… Pareciam selvagens. Pensei: ‘Isso Ă© uma loucura total’. Mas tem outros dias em que vocĂȘ ganha 400 ou 500 dĂłlares, ganha oito ou nove corridas, e se sente Deus, como se soubesse tudo.”

AS PESSOAS: “NĂŁo olho muito as pessoas. É perturbador. Dizem que se vocĂȘ olha muito para uma outra pessoa acaba ficando parecido com ela. Pobre Linda! Na maioria das vezes eu posso passar sem as pessoas. Elas me esvaziam e eu nĂŁo respeito ninguĂ©m. Tenho problemas nesse sentido. Estou mentindo, mas, creia-me: Ă© verdade.”

A FAMA: “É uma cadela, Ă© a maior destruidora de todos os tempos. A fama Ă© terrĂ­vel, Ă© uma medida numa escala do denominador comum que sempre trabalha num nĂ­vel baixo. NĂŁo tem valor nenhum. Uma audiĂȘncia seleta Ă© muito melhor.”

SOLIDÃO: “Nunca me senti sĂł. Durante um tempo fiquei numa casa, deprimido, com vontade de me suicidar, mas nunca pensei que uma pessoa podia entrar na casa e curar-me. Nem vĂĄrias pessoas. A solidĂŁo nĂŁo Ă© coisa que me incomoda porque sempre tive esse terrĂ­vel desejo de estar sĂł. Sinto solidĂŁo quando estou numa festa ou num estĂĄdio cheio de gente. Cito uma frase de Ibsen: ‘Os homens mais fortes sĂŁo os mais solitĂĄrios’. Viu como pensa a maioria: ‘Pessoal, Ă© noite de sexta, o que vamos fazer? Ficar aqui sentados?’. Eu respondo sim porque nĂŁo tem nada lĂĄ fora. É estupidez. Gente estĂșpida misturada com gente estĂșpida. Que se estupidifiquem eles, entre eles. Nunca tive a ansiedade de cair na noite. Me escondia nos bares porque nĂŁo queria me ocultar em fĂĄbricas. Nunca me senti sĂł. Gosto de estar comigo mesmo. Sou a melhor forma de entretenimento que posso encontrar.”

TEMPO LIVRE: “É muito importante e temos que parar por completo, nĂŁo fazer nada por longos perĂ­odos para nĂŁo perdĂȘ-los inteiramente. Ficar na cama olhando o teto. Quem faz isso nesta sociedade moderna? PouquĂ­ssimas pessoas. Por isso Ă© que a maioria estĂĄ louca, frustrada, enojada e com Ăłdio. Antes de me casar, ou de conhecer muitas mulheres, eu baixava as cortinas e me punha na cama por trĂȘs ou quatro dias. Levantava sĂł para ir ao banheiro e comer uma lata de feijĂŁo. DepĂŽs me vestia e saĂ­a Ă  rua. O sol brilhava e os sons eram maravilhosos. Me sentia poderoso como uma bateria recarregada.”
BELEZA: “A beleza nĂŁo existe, especialmente num rosto humano – ali estĂĄ apenas o que chamamos fisionomia. Tudo Ă© um imaginado, matemĂĄtico, um conjunto de traços. Por exemplo, se o nariz nĂŁo sobressai muito, se as costas estĂŁo bem, se as orelhas nĂŁo sĂŁo demasiadamente grandes, se o cabelo nĂŁo Ă© muito comprido. Esse Ă© um olhar generalizante. A verdadeira beleza vem da personalidade e nada tem a ver com a forma das sobrancelhas. Me falam de mulheres que sĂŁo lindas… Quando as vejo, Ă© como olhar um prato de sopa.”

FIDELIDADE: “NĂŁo existe. HĂĄ algo chamado deformidade, mas a simples fidelidade nĂŁo existe.”

IMPRENSA: “Aproveito as coisas mĂĄs que dizem sobre mim para aumentar a venda de livros e me sentir malvado. NĂŁo gosto de me sentir bem porque sou bom. Mas, mau? Sim, me dĂĄ outra dimensĂŁo. Gosto de ser atacado. ‘Bukowski Ă© desagradĂĄvel!’ Isso me faz rir, gosto. ‘É um escritor desastroso!’ Rio mais ainda. Mas quando um cara me diz que estĂŁo dando um texto meu como material de leitura numa universidade, fico espantado. NĂŁo sei, me assusta ser muito aceito. Parece que fiz alguma coisa errada.”

O DEDO: [Ergue o dedo mĂ­nimo de sua mĂŁo esquerda] “VocĂȘ viu alguma vez este dedo? [O dedo parece paralisado em forma de “L”]. Quebrei uma noite, bĂȘbado. NĂŁo sei porque, ele nunca voltou ao normal. Mas funciona bem para a letra ‘a’ da mĂĄquina de escrever, e – que mistĂ©rio! – acrescenta coisas aos meus personagens.”

VALENTIA: “Falta imaginação Ă  maioria das pessoas supostamente valentes. É como se nĂŁo pudessem conceber o que aconteceria se alguma coisa saĂ­sse mal. Os verdadeiros valentes vencem a sua imaginação e fazem o que devem fazer.”

MEDO: “NĂŁo sei nada sobre isso.” [Risos]

VIOLÊNCIA: “Acho que, na maioria das vezes, a violĂȘncia Ă© mal interpretada. Faz falta uma certa violĂȘncia. Existe em nĂłs uma energia que precisa ser liberada. Se ela for contida, ficamos loucos. Às vezes, chamam de violĂȘncia Ă  expulsĂŁo da energia com honra. Existe loucura interessante e loucura desagradĂĄvel; hĂĄ boas e mĂĄs formas de violĂȘncia. Sei que Ă© um termo vago, mas ela fica bem se nĂŁo acontecer Ă s custas dos outros.”

DOR FÍSICA: “Com o tempo, o cara se endurece e agĂŒenta. Quando eu estava no Hospital Geral, um cara entrou e disse: ‘Nunca vi ninguĂ©m agĂŒentar a agulha com tanta frieza’. Ora, isso nĂŁo Ă© valentia. Se o sujeito agĂŒenta, alguĂ©m cede. É um processo, um ajuste. Mas nĂŁo existe maneira de se acostumar com a dor mental. Fico longe dela.”

PSIQUIATRIA: “O que conseguem os pacientes psiquiĂĄtricos? Uma conta. Creio que o problema entre um psiquiatra e seu paciente Ă© que o psiquiatra atua de acordo com o livro, ainda que o paciente chegue pelo que a vida lhe fez. E mesmo que o livro possa ter certa astĂșcia, as pĂĄginas sempre sĂŁo as mesmas e cada paciente Ă© diferente. Existem muito mais problemas individuais que pĂĄginas. Tem muita gente louca para resolvĂȘ-los, dizendo: ‘SĂŁo tantos dĂłlares por hora e quando a campainha tocar a sessĂŁo estarĂĄ terminada’. Isso sĂł pode levar um cara um pouco louco Ă  loucura total. Quando as pessoas começam a se abrir e sentir bem, o psiquiatra diz: ‘Enfermeira, marque a prĂłxima consulta’. O cara tĂĄ aĂ­ para sugar, nĂŁo para curar. Quer o teu dinheiro. Quando toca a campainha, que entre o louco seguinte. AĂ­ o louco sensĂ­vel vai perceber que quando toca a campainha, Ă© sinal que o fodeu. NĂŁo existem limites de tempo para curar a loucura. Muitos psiquiatras que vi parecem estar no limite deles mesmos, mas estĂŁo bem acomodados. Ah, os psiquiatras sĂŁo totalmente inĂșteis. PrĂłxima pergunta…”

FÉ: “Tudo bem que as pessoas a tenham, mas nĂŁo me venham enfiar isso na cabeça. Tenho mais fĂ© no encanador que no Ser Eterno.”

CINISMO: “Me chamaram sempre de cĂ­nico. Creio que o cinismo Ă© uma uva amarga, uma debilidade. É dizer: ‘Tudo estĂĄ uma merda. Isso nĂŁo tĂĄ bom, aquilo tĂĄ ruim’. O cinismo Ă© a debilidade que evita que nos ajustemos ao que acontece no momento. O otimismo tambĂ©m Ă© uma debilidade: ‘O sol brilha, os pĂĄssaros cantam, sorria.’ Isso Ă© uma merda igual. A verdade estĂĄ em algum ponto entre os dois. O que Ă©, Ă©. Se vocĂȘ nĂŁo estĂĄ disposto a suportar a verdade, dane-se!”

MORALIDADE CONVENCIONAL: “Pode ser que nĂŁo exista o inferno, mas os que julgam podem perfeitamente criĂĄ-lo. As pessoas estĂŁo muito domesticadas. O cara tem que ver o que acontece e como vai reagir. Vou usar um termo estranho aqui: o bem. NĂŁo sei de onde vem, mas sinto que existe um componente de bondade em cada um de nĂłs. NĂŁo acredito em Deus, mas creio nessa ‘bondade’ como um tubo que estĂĄ dentro de nossos corpos e que pode ser alimentada. Ela Ă© sempre mĂĄgica quando, por exemplo, numa estrada sobrecarregada de automĂłveis, um estranho te oferece lugar para mudar de mĂŁo.”

SOBRE SER ENTREVISTADO: “É vergonhoso e, por isso, nem sempre digo toda a verdade. Gosto de brincar e mentir um pouco. DaĂ­ que dou informaçÔes falsas sĂł pelo gosto de distrair. Se quiserem saber alguma coisa de mim, nĂŁo leiam uma entrevista. Ignorem esta, tambĂ©m”.





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