Carlos Ruiz Zafón Crítica

Marina, de Carlos Ruiz Zafón

11:22Isabela Lapa


Marina é um misto de suspense, drama, romance, um pouco de terror e muito mistério. Com uma narrativa simples e ágil, a história nos prende desde a primeira página e é a prova de que os livros podem sim ser curtos e satisfazer todas as curiosidades do leitor. Em apenas 189 páginas, Zafón construiu uma história inteligente, instigante e com uma importante mensagem acerca dos sentimentos e das experiências.

No livro, conhecemos Óscar, um rapaz que prefere a vida solitária de um internato à convivência com os seus familiares. No entanto, em um dos seus passeios pela cidade, a linda e misteriosa Barcelona, ele conhece Marina, uma jovem linda, repleta de luz, que vive com o pai, Gérman, em um casarão com o aspecto triste e abandonado. 

Desde o dia em que se conheceram, fato que se deu de forma completamente inusitada, Óscar sentiu um apreço especial por ela. A garota, que ansiava por um amigo, o convidou para um passeio, mas o que ele não imaginava é que o simples programa de um domingo de manhã iria mudar para sempre o rumo da sua vida.

Os dois foram ao cemitério e intrigados com uma senhora de aspecto estranho que, de acordo com Marina, aparecia no lugar todos os domingos para colocar uma flor em um caixão não identificado, resolveram segui-la. Os seus passos os conduziu a um casarão estranho e o que viram lá, além de aterrorizante, acabou por envolvê-los em uma situação perigosa e complicada, que estava relacionada com fatos misteriosos da Barcelona de 1940. 

A partir deste momento, a narrativa ganha rumos incríveis e surpreendentes. A história, ao mesmo tempo em que nos envolve pelo suspense e pelo mistério, nos prende pela simplicidade dos sentimentos dos personagens e pela pureza com a qual a amizade entre eles é construída. 

“Meu cérebro não conseguia assimilar tudo aquilo ao mesmo tempo. Na escuridão da madrugada, tudo parecia ainda mais confuso. Porém nada me assustava mais do que não ser capaz de entender ou explicar meus próprios sentimentos por Marina.”

Em meio à intrigante história, Zafón ainda consegue descrever Barcelona de uma forma diferente e que faz com que o leitor se sinta andando por suas ruas e conhecendo os seus segredos e encantos. 

O final é surpreendente, não deixa nenhuma ponta solta, emociona e ainda consegue passar uma mensagem incrível sobre a importância de se aceitar os ciclos naturais da vida e respeitar as nossas memórias, nossos medos e sentimentos!

"De nada adianta toda a geografia, trigonometria e aritmética do mundo se você não souber pensar por si mesmo - argumentava Marina. - E nenhum colégio do mundo ensina isso. Não está no programa."

Esse foi o primeiro livro de Zafón que eu li e admito que apesar de ser completamente diferente do estilo que costumo ler, eu adorei a obra. Por ser inteligente, sem perder a simplicidade, pode ser lido por pessoas de todas as idades e agradar igualmente a todos.
Carlos Ruiz Zafón



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1 comentários

  1. Oi Isabela! Eu li Marina ano passado e essa leitura me fez ficar ainda mais apaixonada por Zafón. Meu primeiro contato com esse autor foi lendo a Trilogia da Névoa e depois disso não parei mais. Atualmente estou lendo A Sombra do Vento da série Cemitério dos livros esquecidos e quando leio me dá a sensação de que Zafón escreveu o livro pra mim.
    Não é todo dia que encontro um autor assim.

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