Adélia Prado Crítica

"Miserere" e os sentimentos intensos de Adélia Prado

00:30Universo dos Leitores

Adélia Prado é sem dúvida uma das principais poetisas do país. Mineira, ela nasceu em Divinópolis no ano de 1935 e começou a escrever versos no ano de 1950, após o falecimento da sua mãe.

Com uma capacidade ímpar de relatar situações cotidianas e valorizar pequenos acontecimentos e gestos, as suas palavras encantam pelo misto de delicadeza e profundidade. 

O seu novo livro, Miserere, da expressão latina "Miserere Nobis", que significa "Tem Piedade de Nós", foi publicado este ano pela Editora Record e conta com 38 poesias que exalam sentimentos de fé, de transcendência, de dor, de perda e, ao mesmo tempo, de esperança.
Adélia superou todas as expectativas e adentrou no seu íntimo, revelando a sua essência e as suas angústias, que sem dúvida se assemelham com as de grande parte das pessoas, permitindo uma identificação incrível ao longo da leitura. 

Entre todos os poemas, dois merecem destaque especial: Avós e A que não existe. A forma como ela abordou o envelhecimento e a perda me tocaram de forma particular e sem dúvida eles passaram a ocupar o topo da minha lista de poemas preferidos, confiram:
O lançamento em Belo Horizonte:




















No dia 27 de fevereiro Adélia lançou o livro em Belo Horizonte, no Teatro Sesiminas, com um Sarau de Poesia realizado pelo programa Sempre um Papo

Com uma simpatia incrível e uma força digna de observação, ela contou as razões que a levaram a escrever o novo livro e falou sobre a sua preocupação com a forma pela qual o mal tem tomado conta da nossa sociedade, fazendo com que as pessoas se tornem infelizes e sequer percebem essa condição. 

"A gente consome desde a proteína vazia até a informação vazia, 
seja ela social, religiosa e política".

"A gente quer existir. E a 'transparência do mal' nos 
permite existir no que é de pior."

"A gente não sofre de verdade. A maioria de nós 
não sabe, mas a maioria é infeliz."


Sem meias palavras e sem conter as emoções, ela clamou por gestos de gentileza, de valorização da arte e de recuperação da nossa essência, conseguindo encantar e sensibilizar a plateia lotada que lhe ouvia com atenção e respeito. 

"(...) tal qual o novo, o velho também tem mistérios."

Após a conversa, ela leu algumas das poesias do livro e arrancou lágrimas e sorrisos daqueles que possuem corações sensíveis e admiram o seu trabalho em prol da arte. 

"Não é metáfora arranjada. Eu me sinto irmã de todos 
que estão aqui. A arte é solidária."

A noite foi memorável e inesquecível... Participei do evento e além de ter tido a oportunidade de conhecê-la pessoalmente, consegui um autógrafo no meu exemplar:
Em breve o vídeo do evento estará disponível no canal do Programa Sempre um Papo no You Tube. Não deixem de conferir!

*As frases de Adélia durante o evento foram retiradas do 
Twitter de Afonso Borges, organizador do Sempre um Papo.



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3 comentários

  1. Boa tarde Izabela, trabalho numa Faculdade Aberta da Terceira idade e uma das autoras que apresento aos alunos é a grande e maravilhosa Adélia Prado, gostaria de trazer a autora na minha cidade, só que não tenho nenhum contato. Você poderia indicar como posso obter?
    Agradecida.
    Rita Petronilho.

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    Respostas
    1. Oi Rita, tudo bem?
      Eu não tenho nenhum contato com ela, infelizmente...
      Conheci no evento, mas aquela coisa de foto e autógrafo...
      Quem sabe você tenta falar com a editora? Bjs, Isa!

      Excluir
  2. Boa tarde Izabela, trabalho numa Faculdade Aberta da Terceira idade e uma das autoras que apresento aos alunos é a grande e maravilhosa Adélia Prado, gostaria de trazer a autora na minha cidade, só que não tenho nenhum contato. Você poderia indicar como posso obter?
    Agradecida.
    Rita Petronilho.

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