Battle royale Crítica

Battle Royale, de Koushun Takami

00:00Universo dos Leitores

Ousado, crítico, surpreendente e corajoso, Battle Royale é um dos grandes sucessos da literatura japonesa que chegou ao Brasil pela primeira vez em uma edição impecável da Globo Livros.

Acerca da história, a premissa é simples: um grupo composto por 42 adolescentes sai em uma excursão escolar e o que era apenas um passeio se torna motivo de pânico, já que eles são levados para um lugar desconhecido e descobrem que participarão de um jogo imposto pelo governo ditatorial do Japão, em que a premissa básica é a de que terão que matar uns ao outros, já que apenas um pode ser o vencedor.
Informados desse fato, eles recebem um kit básico para sobrevivência e, em seguida, são liberados para a batalha. A partir desse momento, o jogo começa e sem saber em quem confiar ou não, eles precisam pensar em estratégias e alternativas não só para a sobrevivência como também para burlar o sistema.

Com um ritmo excelente e uma linguagem clara, a história conseguiu demonstrar, por meio das atitudes dos personagens, os traços da cultura oriental, que é completamente marcada por questões relacionadas à honra, à integridade, à supervalorização do país e do governo.
Um destaque na narrativa é o fato de ter sido elaborada em terceira pessoa, assim, mesmo apresentando Shuya, Noriko e Shogo como personagens centrais, todos os outros estudantes receberam um foco especial em algum momento, o que possibilitou a percepção de diferentes reações e manifestações de idéias diante da desesperadora sensação de estar com a vida por um fio.

Apesar de ter 663 páginas, os capítulos são curtos, o que contribui para a sensação de fluidez da leitura. Além disso, as descrições minuciosas dos acontecimentos, das batalhas e das mortes criam um clima de tensão e euforia, despertam a curiosidade para as reações dos participantes ante aos acontecimentos e nos impedem de deixar a leitura de lado.

Preciso mencionar que muito mais que mostrar a violência com toda a sua frieza e crueldade, o livro apresenta os contornos de um Estado Totalitário, que impõe o medo como sustentáculo social e que se baseia na ideia de que só os governantes merecem confiança uma vez que somente eles visam o bem geral.
Battle Royalle x Jogos Vorazes:

Aclamado pela crítica mundial e com mais de um milhão de exemplares vendidos, a história de Battle Royalle inspirou a criação da trilogia Jogos Vorazes, um sucesso da escritora Suzanne Collins. No entanto, apesar das semelhanças no enredo principal (adolescentes lutando até a morte), não há que se falar em plágio, uma vez que a construção das histórias, o desenvolvimento dos contextos, cenários e personagens, bem como o público alvo dos livros foram construídos de forma completamente diversa.

Saliento que cada história tem seu mérito e ambas merecem ser lidas e apreciadas... 
O filme:

Em razão do sucesso do livro, a história foi adaptada para o cinema e contou com a participação de Chiaki Kuriyama, do famoso filme Kill Bill. Quem quiser conhecer o longa, pode encontrá-lo em versão integral no YouTube:


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