Azul é a cor mais quente Cinema

Azul é a cor mais quente, de Julie Maroh

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Azul é a cor mais quente, com título original "Le bleu est une couler chaude", é a HQ escrita por Julie Maroh, que foi publicada no Brasil pela Editora Martins Fontes

A história, completamente sensível e bela, gira em torno do relacionamento de Emma e Clémentine, que se conheceram de forma casual e precisaram enfrentar várias dificuldade para viver o sentimento de amor e de paixão que surgiu entre elas.

Enquanto Emma era uma mulher bem resolvida e com personalidade forte, Clémentine era apenas uma garota que ainda estava descobrindo o seu corpo, a sua sexualidade e a sua essência. Repleta de pensamentos preconceituosos implantados em sua mente por uma sociedade cruel, ela precisou ter força e coragem para aceitar as suas escolhas e encarar a vida de cabeça erguida. 

"Eu me sinto perdida, sozinha, no fundo de um abismo. Não sei o que fazer, e tenho a impressão de que tudo o que eu faço nesse momento é antinatural. Contra a minha natureza."
A escritora conseguiu demonstrar muito bem os conflitos psicológicos enfrentados por Clémentine, que enquanto tentava negar os seus desejos se afundava em uma vida sem sentido e completamente infeliz. Também conseguiu ressaltar a forma injusta e cruel que as pessoas costumam se comportar diante daqueles que amam pessoas do mesmo sexo. 

Ao longo da narrativa, que varia entre os pensamentos de Emma e o diário de Clémentine, é possível perceber o amadurecimento das personagens, a descoberta de um sentimento e a importância do amor e do respeito ao próximo. 

“Só o amor pode salvar o mundo. Por que eu teria vergonha de amar?”
A história é linda, sensível, delicada e romântica. Tudo ganha mais vida e beleza diante das ilustrações leves e com traços soltos que conseguem demonstrar com clareza os sentimentos das personagens. As cenas de sexo foram ilustradas com erotismo e respeito, com intenção de demonstrar a urgência do sentimento, mas sem invadir, em momento algum, a privacidade das personagens. 

Vale a pena conferir. Acredito que assim como eu, vocês vão se apaixonar. 
Uma versão cinematográfica

A HQ foi adaptada para o cinema, com o roteiro Abdellatif Kechich, que além de mudar o nome da personagem de Clémentine para Adéle, mudou a narrativa, que não é feita em forma de diário e flashbacks, mas sim de forma linear, com início um pouco antes do momento em que as personagens se conhecem.

Mesmo focando nas descobertas de Adéle, nas suas dificuldades de aceitação e na sua tentativa constante de amadurecer, o que está presente na HQ, o longa pareceu se preocupar mais em mostrar o desejo sexual entre as garotas que a essência do amor que existia entre elas, sendo esta a maior diferença entre um e outro. 

Além disso, enquanto na HQ o relacionamento de Adéle com os pais é um ponto importante e decisivo na sua vida, no filme eles são simplesmente esquecidos depois que a garota passa a morar fora, o que me causou estranheza quando a história terminou.
Apesar das diferenças existentes, é preciso destacar a atuação brilhante das protagonistas, que estão em sintonia completa e conseguem transmitir fortes emoções. 

Outro fator interessante foi a utilização da cor azul como forma de demonstrar a importância de Emma na vida de Adéle, a intensidade da sua presença e a chama de vida que ela representava. 

Acredito que o filme e a HQ, mesmo com suas diferenças, se complementam e apresentam dois pontos de vista sobre um relacionamento que assim como todos os outros, é repleto de imperfeições, de instabilidades, de erros e acertos e claro, de amor!

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