Adeus às Armas Crítica

Adeus às Armas, de Ernest Hemingway

00:00Universo dos Leitores

Frederic Henry é um tenente americano que trabalha no front italiano cuidando das ambulâncias durante a Primeira Guerra Mundial. Ele, que a princípio é solitário e egoísta, se apaixona pela enfermeira Catherine Backley, com quem vive uma linda e intensa história de amor, marcada pela espera, pelas crueldades da guerra e da sociedade.

Entre um encontro e outro, ambos convivem com a angústia de não saber quando e como será a próxima oportunidade que terão para passar um tempo juntos. Em meio aos acontecimentos do cotidiano, que só impedem a concretização de uma convivência tranqüila, Catherine engravida de Frederic e o relacionamento precisa adquirir rumos diferentes e mais sólidos.
O interessante desse livro é que a narrativa é basicamente composta por diálogos, o que contribuiu para uma leitura agradável e em um ritmo gostoso, além de revelar o talento do escritor. Os diálogos são bem estruturados, naturais e marcados por uma intensidade incrível.

As descrições, que por sua vez são rápidas e diretas, não impedem a percepção do trágico cenário de guerra e destruição, que se mistura às sensações de amor, dor e esperança dos personagens.
Também merece destaque a construção dos personagens, que se apresentam de forma complexa e se revestem de diversas características e trejeitos próprios. Henry, por exemplo, apesar de melhorar em alguns aspectos ao longo da história, não perde a sua essência egoísta e não deixa de tentar obter vantagens em todas as situações. Catherine, por outro lado, mesmo ciente do sentimento real de Heny, continua insegura quanto aos julgamentos da sociedade e às imposições de comportamento, tipo físico etc.
Esses detalhes de estrutura contribuem para a complexidade da obra e permitem que o leitor sinta os personagens com maior intensidade e proximidade, afinal, somos sempre um misto de sentimentos e reações.

Com um final comovente e realista, deixa clara a intenção do escritor, que marcado pela guerra, entende que não tem com escapar ileso do inimigo. É possível seguir, mas as marcas ficarão para sempre.



























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