Crítica Fúria vermelha

Fúria vermelha, de Pierce Brown

00:00Angélica Pina

Depois de descobrir como habitar outros planetas do sistema solar, os homens estão os preparando para as gerações futuras. Darrow mora em Marte, onde nasceu, e trabalha como um Mergulhador-do-Inferno, ou seja, perfura túneis no subsolo para extrair hélio-3 e tornar a superfície do planeta adequada para a população.

A Sociedade é dividida por cores e Darrow faz parte dos Vermelhos, a camada mais baixa, aquela que está destinada a se sacrificar para um bem maior, o bem geral. Após uma tragédia que marca a vida de Darrow para sempre, ele vê a oportunidade de se ajuntar a um grupo de revolucionários que propõe “transformá-lo” em um Ouro (camada mais alta) para que ele ocupe uma posição de poder e possa libertar seu povo que vive debaixo de escravidão e mentira.

Motivado por seu ódio pelo ArquiGovernador e desejando realizar o sonho de alguém que amou intensamente, Darrow decide permitir que os Filhos de Ares o treinem e o modifiquem para se passar por um Ouro. Ele consegue entrar para o Instituto, que é onde só os melhores Ouros, os mais fortes e mais inteligentes entram.

“Os animais sagrados de Marte fazem suas casas no nosso território. Pica-paus martelam carvalhos e abetos. À noite, lobos uivam nas montanhas e ficam à espreita durante o dia nas florestas do nosso território. Há cobras perto do rio. Abutres nas gargantas quietas. Matadores correndo ao meu lado. Que amigos eu tenho. Se ao menos Loran ou Kieran ou Matteo estivessem aqui para me proteger. Alguém em quem eu pudesse confiar. Sou uma ovelha usando roupas de lobo no meio de uma alcateia.”
A partir de então ele entra em um jogo onde mil participantes selecionados vão disputar quem é o melhor. Nem todos irão sobreviver a esse jogo e seus limites serão testados em todas as áreas. Darrow está determinado a ser o vencedor, mas irá se deparar com todo tipo de dificuldade: injustiça, traição, trapaça, violência, crueldade...

“O jogo começou. E agora todos querem ser o Primus. Vejo por que a Demokracia é ilegal. Primeiro vem o berro. A frustração. A indecisão. As discordâncias. As ideias. Patrulha. Fortificação. Encontrar comida. Montar armadilhas. Blitz. Batidas. Defesa. Ofensa.”

Fúria vermelha é o primeiro volume da trilogia Red Rising e é uma distopia comparada a Jogos Vorazes e Guerra dos Tronos. Mostra elementos que estão sempre presentes em disputas de poder e traz uma crítica à sociedade atual e à democracia.

A leitura para mim não fluiu bem desde o início, admito que demorei um pouco a entrar no ritmo da história, achei o começo um pouco monótono, mas depois entendi o motivo das descrições iniciais, quando Darrow ainda era um simples trabalhador Vermelho. 
Os personagens que entraram depois na história me deixaram encantada, todos muito bem construídos e caracterizados. Amei alguns e senti raiva de muitos! 

A sagacidade e inteligência do autor são inegáveis e a conclusão do livro foi sensacional. A parte chata agora é ter que esperar o lançamento dos próximos volumes!

“Mustang nunca pensou nessa possibilidade antes. Dá para ver que ela quer ir embora. É seu senso de justiça que a está matando. De alguma forma, ela pensa que deveríamos pagar pelo que ocorreu, que os Inspetores deveriam descer e interferir. A maioria dos moleques tem essa noção a respeito do jogo; droga, Cassius disse isso uma centena de vezes enquanto estávamos juntos nas patrulhas. Mas o jogo não é assim, porque a vida não é assim. Deuses, na vida real, não descem para fazer justiça. Os poderosos fazem isso. É isso o que eles estão nos ensinando, não apenas a dor de se conquistar o poder mas o desespero que surge por não tê-lo, o desespero que surge quando você não é um Ouro.”
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