Cosac Naify Crítica

O Livro das Perguntas, de Pablo Neruda

00:00Universo dos Leitores

Dizem por aí que a vida não é feita de respostas, mas sim de perguntas. Essa é uma afirmativa que eu concordo, afinal, que graça teria se nós tivéssemos a resposta para todas as nossas perguntas? Ora, se isso acontecesse, nós simplesmente deixaríamos de sonhar, de imaginar, de pensar, de refletir... A graça da vida é justamente encarar o desconhecido...

É exatamente por isso que O Livro das Perguntas, de Pablo Neruda, é tão interessante e envolvente. Com diversas perguntas sobre os mais variados assuntos, ele nos conduz aos mais diversos questionamentos. Alguns nos divertem, outros nos fazem refletir e alguns nos deixar a seguinte dúvida: onde pode estar a resposta?
O livro fala de amor, de sonho, de esperança, de infância, de nostalgia, de insegurança. Também fala sobre a natureza, os animais, as estações do ano, a fé etc... Com um tom poético e delicioso, cada página é uma grande aventura. 

O interessante é que apesar de estar incluso na categoria de poesia para criança, esse livro possui uma complexidade tão grande que com certeza deixará vários adultos apaixonados. Acho, inclusive, que ele traz perguntas que se os adultos conseguissem responder, o mundo certamente seria melhor!
"Quantas igrejas tem o céu?"

"A fumaça fala com as nuvens?"

"Posso perguntar ao meu livro se é verdade o que escrevi?"

"É porque tem que morrer, ou porque tem que viver?"

"Onde encontrar uma sineta que soe dentro de teus sonhos?"

"A quem posso perguntar que vim fazer nesse mundo?"

"Foi onde enfim me perderam que consegui me encontrar?"

"Onde termina o arco-íris, em tua alma ou no horizonte?"

"E o pai que vive nos sonhos volta a morrer quando despertas?"

"Onde está o menino que eu foi? Está dentro de mim ou se foi?"

"Quem me mandou escancarar as portas do meu próprio orgulho?

"E que importância tenho eu no tribunal do esquecimento?"
No final do livro tem um texto de Herrín Hidalgo, em que ele diz o seguinte: "De acordo com alguns comentaristas, este livro é uma espécie de testamento poético onde o olhar surpreendido do menino convive com o do homem sábio. Para outros, supõe um reencontro do poeta com seus primeiros entusiasmos. (...)"

As ilustrações maravilhosas do Isidoro Ferrer contribuíram para a magia desse livro, que nas mãos da Cosac Naify ganhou uma edição simplesmente deslumbrante, com capa dura e tradução de ninguém menos que Ferreira Gullar! Sem dúvida um livro primoroso, que dá gosto de ler, de ter na estante, de apreciar, de presentar... 
Gostou? Compre aqui: Cultura ou Fnac... 




You Might Also Like

0 comentários

Obrigada por participar do nosso Universo! Seja sempre muito bem vindo...

Acompanhe nosso Twitter

Formulário de contato