Como morrem os pobres e outros ensaios Companhia das Letras

Como morrem os pobres e outros ensaios, de George Orwell

00:20Universo dos Leitores


Depois de me surpreender com 1984 e A Revolução dos Bichos, chegou a vez de falar sobre mais um grande trabalho de George Orwell. Como Morrem os Pobres e Outros Ensaios publicado pela editora Companhia das Letras prova que autor inglês também era um grande ensaísta. 


O livro é dividido em 6 partes e traz aproximadamente 30 ensaios onde o autor discute temas variados. O ensaio autobiográfico que dá título ao livro é meu favorito e narra a experiência de Orwell morando nas ruas. O autor que pertencia à classe alta deixou o conforto de sua casa para conhecer de perto a vida dos moradores de rua e retratar seu dia a dia em um diário, narrando de forma detalhada a invisibilidade da vida à margem da sociedade. É interessante destacar que o autor nos presenteia com uma perspectiva realista e nada elitista.

"É um círculo vicioso: se ele não mendiga, morre de fome; se mendiga, infringe a lei."

Se neste primeiro ensaio Orwell retrata questões sociais importantes e mostra as dificuldades dos pobres no pós guerra, nos ensaios seguintes ele trata outros diversos assuntos como uso da linguagem na poesia, no jornalismo, e fala também sobre temas como vestuário, cultura e sociedade. 

"Por fim, o vagabundo que não cometeu nenhum crime e que no fim das contas não passa de uma vítima do desemprego, está condenado a levar uma vida mais miserável que a do pior criminoso. Ele é um escravo com uma aparência de liberdade que é pior e mais cruel do que a prisão."
Enquanto Orwell passeia pelos temas, fica nítida a sua incrível capacidade de observação, retratando tudo de forma honesta e imparcial. Por meio de uma linguagem fluida e direta, Orwell demonstra mais uma vez seu olhar crítico e observador, assim como fez em livros como 1984 e A Revolução dos Bichos.

"Em nossa época, a ideia de liberdade intelectual está sob ataque de duas direções. De um lado estão nossos inimigos teóricos, os apologistas do totalitarismo, e, do outro, seus inimigos práticos imediatos, o monopólio e a burocracia. " 

Nem é necessário dizer o quanto fiquei encantada por mais este trabalho, considerando que elogiar este que é um dos maiores expoentes da literatura mundial é até redundante. Recomendo a leitura e não vejo a hora de conhecer outros trabalhos do autor.


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