Crítica Editora do Autor

O apanhador no campo de centeio, de J. D. Salinger

00:00Universo dos Leitores

Publicado no ano de 1951, esse livro marcou uma geração, conquistou público no mundo inteiro e é sem dúvida uma referência quando o assunto é juventude. 

Com uma linguagem simples e sem rodeios o livro significou muito para a população jovem da época em que foi publicado pelo fato de que pela primeira vez os temas relacionados aos medos, às inseguranças e às experiências dos jovens foram abordados sem nenhum pudor e com muita sinceridade.

“(...) Naquele tempo eu tinha dezesseis anos — estou com dezessete agora — mas de vez em quando me comporto como se tivesse uns treze. E a coisa é ainda mais ridícula porque tenho um metro e oitenta e cinco e já estou cheio de cabelos brancos. Estou mesmo. Um lado da minha cabeça — o direito — tem milhões de cabelos brancos desde que eu era um garotinho. (...)”

Narrado em primeira pessoa, a obra conta a história de Holden Caulfield, um jovem de 17 anos que foi expulso do colégio interno em que estudava e precisou voltar mais cedo para casa. Sem amigos e sem paciência para as pessoas em geral, ele passa um período sozinho em um hotel e aproveita o tempo para frequentar bares, conhecer mulheres, viver a vida de forma livre e se descobrir. 
Diferente do que pode parecer por essa descrição, Holden faz tudo isso não por ser rebelde ou indisciplinado, mas sim por estar deprimido e sem saber exatamente o que esperar da vida. Repleto de questionamentos e inseguranças, ele experimenta várias emoções e tenta ultrapassar, a cada dia, um novo limite. 

“Se querem mesmo ouvir o que aconteceu, a primeira coisa que vão querer saber é onde eu nasci, como passei a porcaria da minha infância, o que meus pais faziam antes que eu nascesse, e toda essa lengalenga tipo David Copperfield, mas, para dizer a verdade, não estou com vontade de falar sobre isso. Em primeiro lugar, esse negócio me chateia e, além disso, meus pais teriam um troço se eu contasse qualquer coisa íntima sobre eles.”

O interessante da obra é que mesmo tendo sido escrita na década de 50, ela reflete muito o perfil dos jovens de hoje, o que provavelmente justifica o sucesso. Holden, assim como a maioria dos adolescentes, tem dúvidas sobre família, amizade, sexo, amor, futuro etc.

Vale destacar que esse é um livro simples, que segue um ritmo do início ao fim, e que se destaca pelo contexto social que apresenta. Para apreciar a leitura é preciso contextualizá-la, caso contrário, a narrativa poderá parecer monótona ou pouco interessante.






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