A menina que colecionava borboletas Bruna Vieira

A menina que colecionava borboletas, de Bruna Vieira

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A menina que colecionava borboletas é o terceiro livro da blogueira Bruna Vieira. Com 20 anos de idade, ela tem o blog como profissão e uma vida repleta de compromissos típicos de pessoas adultas. Aos 17 anos saiu de sua casa no interior de Minas Gerais e foi viver sozinha em São Paulo. Em meio às mudanças e aos conflitos pessoais, ela se utiliza da escrita para externalizar os seus inúmeros e muitas vezes confusos sentimentos. Não li os seus livros anteriores, então não tenho parâmetros de comparação, mas gostei muito do que encontrei nesta coletânea de crônicas que recebeu um título encantador. 

"Estar no comando da própria vida é uma das melhores sensações que o ser humano consegue experimentar. A melhor, até onde sei, ainda é o amor. Viver as duas coisas ao mesmo tempo não é tão simples quanto parece, como descrevem nos filmes e livros."
Com textos bem escritos e uma linguagem simples, mas bem construída, Bruna fala sobre os sentimentos, os medos, as confusões do cotidiano, as responsabilidades, as descobertas e o amadurecimento. Os relatos de suas experiências e das conclusões que tirou de cada uma delas conduzem a reflexões sobre as nossas escolhas e também permitem momentos de nostalgia - lembrar o fim do ensino médio, o primeiro amor, a primeira dor de amor etc. 

Além de narrar as suas experiências pessoais, Bruna discorre sobre os sonhos, a felicidade, as escolhas do dia-a-dia e demonstra, em cada texto, que o rumo da nossa vida só depende de nós, afinal, diante da maior tristeza ou da maior felicidade, o nosso olhar sobre o mundo é o único que vai guiar o nosso sentimento. 

"Vai, menina, escreve. Encontra as palavras certas nesse precipício de emoções.
 Não pule agora. Segure firme. As lembranças são a ponte que vai te levar para o outro lado."
Um ponto central do livro é a questão da auto-aceitação: viver conforme a sua vontade e os seus ideais, aceitar o seu corpo e as suas diferenças, se aceitar com os seus defeitos e qualidades. Ao que parece, essa mudança de perspectiva representou um marco para a blogueira, que se sente mais livre e mais feliz agora que se aceita como é. As análises que ela faz sobre isso são essenciais para os jovens, que vivem sempre pressionados com as cobranças sociais e com os padrões de comportamento exigidos para a inclusão em um grupo específico de pessoas. 
As abordagens leves e agradáveis permitem uma leitura rápida do livro, mas mesmo assim o ideal é colocar o exemplar na cabeceira da cama e ler aos poucos, pensando sobre as experiências que condizem com as suas e aproveitando o encanto de cada crônica. 

"Última parada: estação futuro". 

Por fim, é preciso mencionar que o livro não tem o caráter de auto-ajuda e que a Bruna em momento algum teve a pretensão de sugerir um padrão de comportamento ou a intenção de orientar a vida de outros jovens. O que senti na sua escrita foi uma vontade de expressar sentimentos sem medos, pudores ou vergonhas. 

Ah, um detalhe especial: a Bruna colocou uma lista de músicas que podem ser ouvidas enquanto lemos o livro, o que deu um charme especial a tudo... 
A Edição:

A Editora Gutenberg caprichou (e muito) na edição do livro. Com várias ilustrações, em colorido e em preto e branco, o visual ficou simplesmente incrível, poético e jovem, caracterizando bem a narrativa de Bruna e o público alvo do livro. 





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