Crítica Darkside Books

Serial Killers - Anatomia do Mal, de Harold Schechter

00:30Universo dos Leitores


Acredito que todas as pessoas se questionam ou já se questionaram sobre o que leva alguém a cometer um crime ou, ainda, vários crimes. Esse questionamento, muitas vezes sem resposta, não muda o fato de que os crimes acontecem, se repetem, chocam e fazer parte da nossa realidade. É sobre isso que o professor e escritor Harold Schechter falou no seu livro SERIAL KILLER – ANATOMIA DO MAL, que chegou recentemente ao Brasil em uma edição incrível da Darkside Books, 10 anos depois da sua publicação original.

O trabalho de Harold foi extremamente ousado, no entanto, o resultado foi satisfatório e atingiu a proposta da sinopse, que assim se apresenta: “dossiê definitivo sobre o universo sombrio dos psicopatas mais perversos da história.”

Por mais que seja um tema perverso e difícil, a forma como foi feita a abordagem tornou a leitura ágil e prazerosa. Em momento algum tive a sensação de estar simplesmente lendo sobre a maldade humana em sua forma nua e crua. O que vi ao longo da leitura foi a possibilidade de compreender a mente das pessoas que agem sem pudor, sem escrúpulos e causam o mal, causam a dor, chocam, contrariam os conceitos morais e éticos da vida em sociedade. Seriam elas más ou doentes com distúrbios mentais? Teriam elas capacidade de escolha ou os atos seriam simplesmente incontroláveis? 


Muito mais que históricos sobre criminosos e apresentação dos casos que mais chocaram o mundo nas últimas décadas, o livro apresentou estudos técnicos sobre os assassinos: funcionamento da mente, índice de criminalidade entre adultos, crianças e idosos, freqüência de crimes, relação dos seriais killers com o sexo, diferença entre seriais killers homens e mulheres etc.

Divido em nove capítulos, os assuntos foram abordados com profundidade, mas sem se tornarem maçantes ou repetitivos. Pelo contrário: um tópico complementou o outro e as informações foram se somando de forma que ao final da leitura foi possível fazer uma diferenciação clara entre o crime cometido por mero vandalismo e o crime cometido em razão de um distúrbio psicológico.


Um capítulo que se destacou entre os demais foi o que abordou a questão da sexualidade para os seriais killers. É comum em filmes e em seriados a apresentação dos mesmos como sádicos ou perversos. No capítulo, foi realizada uma abordagem científica sobre o assunto, bem como a análise das diversas formas pelas quais a sexualidade pode se manifestar nesses seres que são, aparentemente, incapazes de desenvolver sentimentos. Entre os assuntos abordados temos o canibalismo, o fetichismo, a pedofilia e a gerontofilia. Como de costume, o capítulo também apresentou análises de casos reais.




Outro capítulo que merece ser mencionado é o "Galeria do Mal: Dez Monstros Americanos". Nele foram apresentados os 10 piores seriais killers conforme o período. A história de cada um deles é assustadora, mas ao mesmo tempo incrível.



Por fim, não posso deixar de comentar o último capítulo do livro. Nele foram abordas as influências dos seriais na cultura pop e as referências relevantes na arte, na literatura, na música e em diversos gêneros culturais, comprovando o fascínio que esses ícones do crime causam na sociedade.

A EDIÇÃO:

É imprescindível mencionar a edição da Darkisde Books, que ficou simplesmente surpreendente. O livro, impresso e capa dura, vem com destaque nas passagens principais, ilustrações incríveis e inexplicáveis. Sem dúvida, um trabalho impecável que vale a pena adquirir.

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