Alfaguara Cinco Esquinas

Cinco Esquinas, de Mário Vargas Llosa

00:00Isabela Lapa


Eu sempre quis ler Mário Vargas Llosa, afinal, a fama do autor peruano que venceu o Nobel de literatura no ano de 2010 é simplesmente gigantesca. Para começar, eu havia escolhido o livro Travessuras da Menina Má, que é super elogiado e comentado. Mas sabe aquele livro que você compra, coloca na lista de prioridades, mas por algum motivo nunca lê? Pois é, foi exatamente isso que aconteceu!

Então, quando eu soube do lançamento de Cinco Esquinas, pensei: vai ser agora! E olha, realmente foi um prazer conhecer esse autor, então tenho certeza que lerei outros títulos dele em breve.

Cinco Esquinas é um livro envolvente e inteligente, que prende a atenção desde o primeiro capítulo, e que tem como plano de fundo o governo ditatorial de Fujimori, que fez com que o país se tornasse alvo de terrorismo e de grupos repletos de revolta e de ódio.

Com capítulos alternados e três ciclos de personagens independentes, mas cujos atos geram interferências na vida dos demais, o livro contra a história de uma esposa que mesmo feliz no casamento se envolve sexualmente com a melhor amiga e decide viver um romance secreto, enquanto o seu marido, um empresário bem sucedido, começa a ser chantageado por um jornalista; uma mulher que precisa seguir a linha de trabalho do tal jornalista chantageador por acreditar que é o único caminho a seguir; e um artista que se tornou esquecido pelo público em razão das reportagens intrigantes que foram divulgadas pelo mesmo jornalista.


Em meio a tantos conflitos e tantos mistérios, a história segue um ritmo acelerado e os capítulos terminam sempre com alguma questão em aberto, o que faz com que você se sinta preso à narrativa e não consiga deixar o livro de lado. Vale destacar que Llosa utiliza as palavras com muita habilidade, o que faz com que os diálogos fluam de forma natural e muito realista. 

Apesar do enredo ser simples e no início aparentar ser um livro sobre escândalos e sexualidade, a obra chama a atenção pela forma intensa e ao mesmo tempo sutil com a qual critica o governo ditatorial que coloca as pessoas reféns da imprensa e que apesar de manter o discurso populista, é corrupto, cruel e assassino.

Outro aspecto interessante é que a obra nos faz refletir sobre a nossa própria conduta. Isto porque, os personagens, apesar de em alguns momentos serem reféns do governo, em outros eles se beneficiam dos atos de corrupção e acreditavam estar tudo certo, tudo dentro do esperado. Difícil encontrar o equilíbrio, concordam?

Eu recomendo a leitura e já estou animada para ler outros trabalhos do escritor! :)




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