Aline Resende Danuza Leão

Fazendo as Malas – O Livro que me fez refletir sobre mudança e crescimento.

08:07Aline Resende



Há algumas semanas, remexendo na minha estante de livros, me deparei com o título “Fazendo as Malas”, livro escrito por Danuza Leão no ano de 2008. Ele está na minha estante há uns bons anos e tentei lê-lo no ano de 2011, sem sucesso. 

O livro é um compilado de experiências de uma viagem que Danuza fez à Europa (Sevilha, Lisboa, Paris e Roma) e como estou indo passar duas semanas em Portugal pela primeira vez, abri o livro com o principal intuito de aprender mais sobre o País. E, de fato, consegui pegar umas boas dicas nos relatos sobre Lisboa. 

O fato é que a leitura me fez parar para pensar em o quanto o mundo já mudou nesses 11 anos desde que o livro foi escrito. E o quanto eu mudei também desde então. 

Já nas primeiras páginas, Danuza fala que é um erro viajar com pouca bagagem e diz gostar de viajar sempre no inverno “com dois jeans, três camisas, dois suéteres, duas botas e vários, vários casacos de pele. As autorizadas, claro.” 

Nesse momento eu já pensei – Viajar com muitas malas e vários casacos de pele? É Sério isso? E aí que me lembrei que se tratava de um livro escrito em 2008. E bem, graças a Deus, em pleno 2019 estamos vivendo um momento em que chique é ter poucas roupas e muita consciência ecológica. 

Confesso que fiquei tão incomodada com os vários trechos do livro em que a autora dá ênfase ao status social, à importância de se ter malas Louis Vuitton (as antigas) e ao fato de que ela entrou na Maison de Paris sem enfrentar fila por estar bem arrumada e com o semblante de quem iria fazer compras. Confesso que comecei esse texto com as mãos coçando para escrever o quanto não me identifiquei com quase nada do que está escrito ali. Mas a verdade é que tudo isso me fez lembrar sobre como era mais bem aceito ostentar e dizer sobre essas coisas há 11 anos. E que bom, hoje achamos tudo isso muito cafona. E que ótimo, muitas das coisas que estão escritas ali não sequer aceitáveis mais. 

Pensar em como a sociedade mudou de lá pra cá, me fez lembrar também de como eu mudei ao longo desses anos. Em 2008 eu gostava muito de fazer compras e acumular roupas. Lembro-me com vergonha e pesar de comentários rasos e superficiais que costumava fazer nessa época. Lembro-me do quanto eu gostava de ostentar marcas. 

Hoje, em 2019, como meus já 31 anos, uma das coisas que eu mais odeio é entrar em shopping e principalmente comprar roupas. Evito ao máximo. Reutilizo as que já tenho, uso muito as roupas que minha mãe guardou da época em que ela tinha minha idade, dou preferência à brechós, feira de usados e lojas de pequenos produtores. Não gosto de roupas de marcas, uso cada vez menos maquiagem, dou cada vez mais valor à histórias, sentimentos e vivências. É um clichê, eu sei, mas é a mais pura verdade, ter experiências é muito melhor do que ter coisas. E com isso, me vejo cada vez mais parecida com minha mãe (que na minha adolescência eu achava simplória demais e “natureba” demais). E hoje estou aí, amando cada vez mais as práticas de Yoga e meditação (que ela já praticava quando eu era criança e estava longe de ser cool na época) a vida simples e descomplicada, com a menor bagagem possível. 

E advinha? Fui pesquisar sobre Danuza Leão nos dias de hoje e encontrei uma matéria recente em que ela diz ter aprendido que bom mesmo é viver com menos, viajar com pouca bagagem e ter uma vida mais leve. 

Resultado: Peguei o livro “Fazendo as Malas” para aprender mais sobre Portugal e acabei aprendendo que ainda bem, o mundo evolui e as pessoas também. 



You Might Also Like

2 comentários

  1. Olá; segue o meu bom dia. Gosto muito de rolar as páginas em busca de uma boa reportagem, e claro, me deparei com a sua. Uma reflexão da hora, essa dica, hoje, é a que mais tá na moda: quer dar sua contribuição para o planeta: compre menos, use mais o que tem, sem se preocupar com o uso alheio. Gostei muito parabéns. Até a próxima.

    ResponderExcluir
  2. Parabéns por ter constatado essa verdade tão cedo. Trinta aninhos apenas. Para ficar completo, sua crônica só faltou citar o instituto da doação. Doar também faz muito bem à alma do cidadão.

    ResponderExcluir

Obrigada por participar do nosso Universo! Seja sempre muito bem vindo...

Acompanhe nosso Twitter

Formulário de contato