Talvez essa seja a resenha mais louca que já escrevi, simplesmente por não saber até o momento, sobre o quê, de fato, estou escrevendo! Eu não consigo me lembrar de imediato de nenhuma experiência literária, até o dia de hoje, que tivesse sido ao menos parecida com a experiência de leitura de “Idioma de um só”.
Um livro que reúne contos surrealistas escritos pelo Ricardo Koch Kroeff (amei esse nome, se você ler em voz alta vai amar também) e por duas autoras convidadas: a Christine Gryschek e a Paola Saint Kremer, esta última autora de um dos melhores contos do livro, na minha opinião.
Uma obra cheia de neologismos, metáforas e linguagem poética, que nos faz transitar entre balé, natureza selvagem, sexo, Bob Dylan, feminismo e Van Gogh, uma verdadeira viagem da qual, por vezes, não sabemos se queremos voltar.
“Sorrio sem esperança de que meus dentes me salvem das más impressões. Parece haver muito mais coisas que podem me apavorar no mar de Alice do que cores em minha coragem”.
Nos fazendo questionar o que há de real no universo narrado, é preciso ser sincera ao dizer que a leitura não é 100% agradável, pelo menos não para mim, que fiquei um tanto irritada com os longos trechos em inglês em um dos textos e termos que exigiram a recorrência frequente a notas de rodapé nem sempre existentes. Mas isso, em hipótese alguma, diminui a riqueza do livro.
Há que se dizer ainda, que a edição merece uma salva de palmas! Capa linda, ilustrações super massa, papel gostoso e tamanho que as mãos abraçam. Merece ser lido com calma e um café sem açúcar, por favor!
“Tudo que ela faz ali, para ela, é um evento. Se puxa o lençol para tapar a bunda de velho dele, não puxa o lençol para tapar a bunda de velho de um home qualquer, puxa para tapar a bunda de velho de Bob Dylan”.
“Idioma de um só” foi um verdadeiro achado e de acordo com as palavras da editora Dublinense “Taí um livro que precisa ser descoberto”!
Até a próxima!
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