A menina sem palavra Crítica

A Menina sem Palavra, de Mia Couto

00:30Universo dos Leitores


Neste livro, publicado pela Editora Companhia das Letras por meio do selo Boa Companhia, encontramos a visão de Mia Couto sobre a infância em Moçambique. Ao longo dos 17 contos conseguimos perceber que as crianças, em qualquer lugar do mundo, são todas iguais: conservam em seus corações e em suas mentes a esperança e a pureza, mesmo quando os seus universos estão rodeados de dor e de medo. 

Os contos são curtos e agradáveis de ler e a linguagem poética de Mia conseguiu traduzir de forma incrível a visão das crianças sobre a vida. Descobertas, anseios, medos e esperança são assuntos tratados pelo escritor com uma delicadeza inigualável. 

O interessante das histórias é que em geral elas não possuem um final definitivo. Elas terminam deixando a sensação de que a partir daquele momento algo vai continuar de forma diferente, que o fluxo da vida vai seguir, trazendo novas experiências e novas conquistas.

Sem dúvida o conto “A Menina sem Palavra”, que inclusive foi escolhido como título do livro, merece destaque. Nele conhecemos uma menina que só conseguia dizer uma palavra: mar. Seu pai, incomodado com a situação e preso à ideia de que aquela palavra deveria significar alguma coisa para a criança, resolveu levá-la para conhecer o mar. O passeio abriu uma infinidade de horizontes para a garota, que ao de voltar para casa, conseguiu descobrir a fala por meio da imaginação. Além de mostrar a importância da imaginação e das histórias para a construção de uma infância saudável, a narrativa demonstra a relevância do apoio familiar e do amor, afinal, se não fosse pela insistência do pai em ajudar a menina a vencer um obstáculo, nada teria mudado.

Além desse, preciso mencionar um conto que me marcou de forma particular: "O Rio das Quatro Luzes". Nele, o garoto sentia uma vontade enorme de morrer, já que considerava a vida extremamente sem graça. O seu avô, com muita sabedoria e sensibilidade, conseguiu ensiná-lo a magia da vida e deixar uma incrível e inesquecível lição de amor. 

Este livro é uma ótima opção para iniciar a leitura de Mia. A linguagem é mais leve que os outros livros, no entanto, mantém o seu estilo peculiar: falas poéticas, repletas de metáforas e analogias, demonstrações da cultura moçambicana e a construção de histórias sensíveis e simplesmente marcantes!

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2 comentários

  1. Anônimo10:09

    mto ruim n fala nada

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  2. Anônimo23:35

    Gostei bastante da resenha. Compartilho o mesmo sentimento.

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