Crítica Editora Zahar

Isto não é um diário, de Zygmunt Bauman

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Isto não é um diário, livro que reúne pensamentos e divagações do sociólogo polonês Zygmunt Bauman acerca dos mais variados assuntos de interesse da sociedade moderna, foi publicado no Brasil no ano de 2012 e conta com a tradução de Carlos Alberto Medeiros.

Organizado de forma cronológica, tendo o primeiro artigo sido escrito no mês de setembro de 2010 e o último no mês de outubro de 2011, o livro  reúne textos curtos e com linguagens acessíveis, sendo uma ótima opção para aqueles que tem vontade de ter um primeiro contato com o escritor, mas não sabem por onde começar. 

O interessante é que logo no primeiro texto, intitulado "Sobre o sentido e a falta de sentido de se fazer um diário", o escritor explica as razões pelas quais escreve sobre o cotidiano e revela que quando senta para escrever não tem em mente uma ideia pré-estabelecida acerca do que virá, porque para ele o jogo das palavras é o mais celestial dos prazeres. Neste capítulo, ele faz uma comparação com o que leu na obra intitulada O Caderno, do escritor português José Saramago, e conclui:
"Qual é, afinal, a diferença entre viver e contar a vida? Não faria mal aproveitar uma dica de José Saramago, fonte de inspiração que descobri há pouco tempo. Em seu próprio quase-diário, reflete ele: "Creio que todas as palavras que vamos pronunciando, todos os movimentos e gestos, concluídos ou somente esboçados, que vamos fazendo, cada um deles e todos juntos, podem ser entendidos como peças soltas de uma autobriografia não intencional que, embora involuntária, ou por isso mesmo, não seria menos sincera e veraz que o mais minucioso dos relatos de uma vida passada à escrita e ao papel."
Exatamente."

Ao longo da leitura percebemos, mesmo que de forma sucinta, as opiniões e reflexões de Bauman sobre vários temas, entre eles, a sociedade moderna e a perda da confiança, a fragilidade dos laços afetivos, o consumo, o tempo, a tecnologia, as questões políticas e imobiliárias nos Estados Unidos, a crise enfrentada pelos governos, a democracia e muito mais.

Sem a intenção de aprofundar nos assuntos ou apresentar análises completas sobre cada tema, o que o escritor faz é levantar questionamentos ou apresentar breves conclusões acerca da sua forma de pensar o mundo. 

Para os que já leram outros livros do escritor, esse talvez não trará nenhuma ideia inovadora, contudo, representa uma síntese interessante das ideias principais. Vale a pena conferir!

Gostou do livro? Encontre-o aqui

*Este livro é uma cortesia da Editora Zahar.


*Postado por Isabela Lapa

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