Clássicos Zahar Crítica

O Ladrão de Casaca, de Maurice Leblanc

00:00Isabela Lapa

"Tudo isso tinha ares de prodígio, trazia a marca humorística de Arsène Lupin, ladrão, que seja, mas nem por isso menos diletante. Trabalhava por gesto e vocação, vá lá, mas também para se divertir. Parecia um dramaturgo, entendendo-se com a peça para que ele mesmo escreveu e, nos bastidores, rindo a bandeiras despregadas das piadas e situações que imaginou."

Arséne Lupin, o protagonista desse livro é um verdadeiro ladrão! Daquele tipo que não segue regras, possui ótimo humor, é excelente com disfarces, rouba dos ricos e o principal: é encantador! 

O personagem criado por Maurice Leblanc apareceu pela primeira vez em uma revista, no ano de 1905, contudo, em razão do sucesso imediato, outras oito histórias foram publicadas. Como elas se tornaram referência na literatura policial francesa e são consideradas clássicos da literatura mundial, a Editora Zahar nos presentou com essa edição incrível que reúne os nove contos do personagem e é apaixonante do início ao fim!


Os contos possuem linguagem leve e envolvente, e narram as aventuras de Arséne, revelando aos poucos a sua personalidade, seu caráter, suas manias e segredos. Posso dizer que, em síntese, ele é um homem que não segue regras, odeia a burguesia, perturba todos os inimigos e ajuda os menos favorecidos.

Se não bastasse tudo isso, ele ainda enfrenta uma grande disputa com um dos maiores detetives de todos os tempos: Sherlock Holmes! Acreditem, é incrível... 

"Se alguém os surpreendesse naquele instante, assistiria a um espetáculo eloquente: o primeiro encontro de dois mestres, ambos verdadeiramente superiores e, por suas aptidões especiais, fadados a colidir como duas forças iguais que a ordem das coisas empurra uma contra a outra."


Com situações divertidas, outras misteriosas, outras que despertam a nossa ira e algumas que nos deixam de queixo caído, a leitura flui de forma muito leve e ao final de cada conto ficamos ansiosos pelo próximo.

O interessante é que como algumas narrativas são feitas em primeira pessoa e outras em terceira, conseguimos ver vários pontos de vista diferentes e acabamos nos apegando a todos os personagens que aparecem pelo caminho.

Além disso, é interessante observar que o livro nos faz refletir sobre os seres humanos e questionar as nossas noções de certo ou errado, bom ou ruim, justo ou injusto. Diversão e reflexão ao mesmo tempo, nada melhor, concordam?


A Edição da Zahar conta com a tradução de André Telles e Rodrigo Lacerda, que também ficou responsável pelo texto de apresentação do livro. Além disso, o livro também conta um Posfácio escrito pelo próprio autor, onde ele revela detalhes sobre a criação do personagens, as influências etc.

Vale a pena conferir! Sem dúvida uma obra impecável para os fãs de suspense, mistério e aventuras policiais... :)





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