A criação da vida é um dos grandes mistérios da humanidade. O que é vida? Quem cria? Como se cria? Estas são apenas perguntas que se colocam sem resposta. No entanto, a literatura, de muitas formas, tentou encontrar meios para se pensar a questão. Frankenstein, a história de jovem rapaz Victor, que após meses em um laboratório consegue criar um ser a partir de pedaços de outros seres habita o imaginário popular durante muitos séculos. E a obra de Shelley chega até nós não como a gênese de um mistério, mas a ponte que o atualiza e torna suas questões, ainda hoje, essenciais.
Separei as melhores frases da obra. Confira:
Nada contribui mais para tranquilizar a mente como um propósito firme – um ponto no qual a alma pode fixar seu olhar intelectual.
O que pode deter o coração determinado e a vontade decidida do homem?
Somos criaturas não moldadas, apenas semiprontas, se alguém mais sábio, melhor e mais amado do que nós mesmos, tal como um amigo teria de ser, não vem prestar seu auxílio e aperfeiçoar nossa natureza fraca e falha.
O mundo era para mim um segredo que eu desejava decifrar. Entre as mais antigas sensações de que posso me lembrar estão a curiosidade, a pesquisa dedicada para aprender as leis ocultas da natureza e uma felicidade equivalente ao júbilo quando elas se revelam a mim.
O destino era potente demais, e suas leis imutáveis haviam decretado minha completa e terrível destruição.
Quando o lapso do tempo comprova a realidade do mal, então o verdadeiro amargor do luto se inicia.
O trabalho de homens geniais, mesmo que erroneamente direcionado, raramente deixa de um dia tornar-se um benefício sólido à humanidade.
Quantas coisas não descobriríamos se a covardia e o descuido não contivessem nossos questionamentos.
Para examinar as causas da vida, precisamos primeiro entender a morte.
Quão perigosa é a aquisição do conhecimento e quão mais feliz é o homem que crê que sua vila natal é o mundo, do que aquele que aspira tornar-se maior do que sua natureza permite.
Se o estudo ao qual você se dedica tende a enfraquecer seus afetos e destruir seu gosto pelos prazeres simples, que nada deveria poluir, então esse estudo certamente não se justifica, não é adequado à mente humana.
Haveria alguém além de mim, o criador, capaz de acreditar, a menos que convencido pelos sentidos, na existência do monumento vivo à presunção e à ignorância imprudente que lancei ao mundo?
Nada mais é doloroso para a mente humana, após os sentimentos terem sido agitados numa rápida sucessão de eventos, que a calma mortal da inação e da certeza que se segue e priva a alma tanto de esperança quanto de medo.
A tristeza excessiva impede o desenvolvimento, o prazer ou mesmo a descarga da utilidade diária, sem a qual nenhum homem serve à sociedade.
Se nossos impulsos se restringissem a fome, sede e desejo, poderíamos ser quase livres; mas agora somos levados por cada vento que sopra e uma palavra ao acaso ou imagem que a palavra possa transmitir a nós.
Todos os homens odeiam os desgraçados; como devo ser odiado, eu que sou a mais infeliz entre as criaturas vivas! Ainda assim, tu, meu criador, detestas e rejeitas a mim, tua criatura a quem estás preso por amarras que apenas a aniquilação de um de nós pode dissolver.
Seria o homem de fato ao mesmo tempo tão poderoso, virtuoso e magnífico, e ainda tão vil e baixo? Ora parecia um mero rebento de princípios malignos, ora era como tudo o que pode ser concebido de nobre e divino. Ser um homem grande e virtuoso parecia a maior honra que poderia recair sobre um ser sensível.
Por que eu deveria ter pena do homem mais do que ele tem pena de mim?
Quão ignorante és no orgulho de tua sabedoria! Deixa; não sabes o que diz.
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