A minha sorte Crônica

Crônica: A minha sorte, o meu esquema

08:47Maiesse Gramacho


Eu te escolhi. Amor à primeira vista não digo que foi, porque amor exige convivência. Posso dizer, porém, o exato momento em que comecei a gostar de você: foi num dia comum, banal. E assim – penso – é a melhor forma de se apaixonar: quando menos se espera. O coração desarmado, a guarda abaixada.

Te escolhi porque desde aquele "very moment" eu soube que era contigo que queria dançar a dança da vida. Você é a resposta mais exata às minhas orações (e às das minhas amigas, justiça seja feita).

Ao seu lado, aprendi a ser mais e a ser menos. Mais relaxada, mais flexível, mais leve. Menos perfeccionista, menos reservada, menos careta. Aprendi a gostar um pouquinho mais de gente – eu, uma misantropa!

Com você, sou soma. Divido e o resultado vem multiplicado. Que matemática é essa, me explica?

Você se tornou a primeira pessoa que procuro quando algo de bom acontece, e a primeira a perceber quando não estou bem. O meu silêncio é eloquente. Então você me abraça, faz uma graça ou simplesmente espera passar, ali, na sua, por perto. Como é bom!

Te escolhi porque nunca alguém me mostrou o quanto o amor pode ser bondoso & paciente, leve & tranquilo.

Eu escolhi você e continuarei escolhendo, todas as manhãs, todas as tardes, todas as noites. Porque, antes de eu fazer qualquer escolha, Deus já o tinha escolhido para mim. Ele sabia que minhas feridas não seriam curadas apenas com o mercúrio cromo do tempo. Seria preciso amor. Dos bons.

Ele sabia quem iria gostar das minhas meias-calças pretas, mesmo no verão; rir do meu jeito estabanado; fazer troça das minhas confusões. Ele sabia quem iria me admirar, sentir orgulho de cada conquista minha; quem teria disposição para levantar mais cedo para preparar café e me fazer acordar com aquele cheirinho tomando a casa.

Te escolhi porque também fui escolhida por você. Por juntos ficarmos mais fortes – não importa o quão clichê isso seja.

Você é a minha tão sonhada "sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida". Um cajá maduro, de dar água na boca.







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