Escritores Nicholas Sparks

ESCRITORES: Entrevista com Nicholas Sparks

12:25Isabela Lapa

A Revista Veja Online fez uma entrevista super interessante com o famoso escritor Nicholas Sparks. Resolvemos colocar aqui para que vocĂȘs possam conhecer um pouco mais sobre ele e o seu processo de criação:



A fĂłrmula milionĂĄria e repetitiva do sucesso de Nicholas Sparks

O escritor americano volta ao cinema com ‘Um Porto Seguro’, adaptação de mais um de seus romances açucarados e previsĂ­veis.

(Por Meire Kusumoto)

O autor Nicholas Sparks (Divulgação)

HistĂłrias de amor, recheadas de muitos dramas e dificuldades, levando a um final – nem sempre – feliz. É isso o que a maior parte das pessoas procura na vida real? De acordo com Nicholas Sparks, sim. A fĂłrmula do sucesso, repetida Ă  exaustĂŁo pelo famoso escritor em obras comoQuerido John, DiĂĄrio de Uma PaixĂŁo e Um Amor para Recordar volta a ser explorada em Um Porto Seguro, a 18ÂȘ adaptação para o cinema de um livro de Sparks, que estreia neste fim de semana. 

A bilheteria do filme vai se somar aos nĂșmeros impressionantes que norteiam a carreira do autor. Seus dezessete romances venderam quase 80 milhĂ”es de exemplares no mundo inteiro. Enquanto os oito filmes baseados em seus livros arrecadaram, juntos, mais de 720 milhĂ”es de dĂłlares. A experiĂȘncia com o cinema tem sido tĂŁo proveitosa para Sparks que, assim que termina uma nova narrativa, ele jĂĄ envia o texto editado para os produtores de Hollywood ao mesmo tempo em que entrega para sua editora, a Grand Central Publishing. Bom em provocar suspiros e lĂĄgrimas no pĂșblico, suas histĂłrias sĂŁo cobiçadas pelos estĂșdios de cinema. Como foi o caso de seu Ășltimo romance, The Longest Ride, que sĂł deve ser publicado em setembro nos Estados Unidos, mas jĂĄ foi comprado pelo estĂșdio Fox 2000 pela bagatela de cinco milhĂ”es de dĂłlares. O filme tem previsĂŁo de estreia para fevereiro de 2015 e o livro deve chegar ao Brasil pela editora Arqueiro em agosto, quando o autor vem ao paĂ­s para a Bienal do Livro.

Mas nĂŁo sĂł o Brasil deve levar, mais uma vez, seu novo livro Ă  lista dos mais vendidos. Mundialmente famoso, o escritor jĂĄ foi traduzido para 45 idiomas e Ă© figurinha fĂĄcil em listas debest-sellers. Por esse motivo, Sparks se agarrou ao seu rentĂĄvel estilo literĂĄrio e nĂŁo deseja abandonĂĄ-lo tĂŁo cedo. “Na televisĂŁo eu exploro diferentes gĂȘneros, mas em literatura estou feliz com o que estou fazendo”. Ele fundou uma produtora em abril de 2012, a Nicholas Sparks Productions, em parceria com sua agente literĂĄria, Theresa Park. 

Confira a entrevista de Nicholas Sparks ao site de VEJA.

Como explica o sucesso de seus livros? Os livros falam da condição humana, que é provavelmente a mesma em todo o mundo. São pessoas passando por sofrimentos e desafios, lidando com emoçÔes da vida. Elas se conhecem e se apaixonam, algumas vezes o romance då certo, outras não. Aí estão alguns dos elementos que compuseram ótimas histórias e que estão presentes na literatura desde o começo.

Os leitores se identificam com os personagens? Sim, com certeza. Mas isso depende muito do livro e do leitor. Por exemplo, acho que jovens se identificarĂŁo mais com A Última MĂșsica, DiĂĄrio de Uma PaixĂŁo ou Um Amor para Recordar, enquanto pessoas em seus 40 e 50 anos, provavelmente, gostarĂŁo mais de Noites de Tormenta ou O Melhor de Mim. Depende do momento que estĂŁo vivendo.


Acredita que as pessoas desejam viver histórias de amor como as dos seus romances? As pessoas definitivamente querem se apaixonar por alguém especial, que as compreendam. Querem alguém em quem podem confiar, alguém capaz de se comprometer.

As histĂłrias sĂŁo autobiogrĂĄficas? Todos os romances tĂȘm elementos autobiogrĂĄficos. Quase todos meus personagens femininos sĂŁo baseados na minha esposa, por exemplo. Ela Ă© inteligente, engraçada, leal, amĂĄvel, forte, com um coração de ouro. Boa parcela dos meus personagens acaba sendo assim tambĂ©m. Mas hĂĄ influĂȘncia de outros familiares, como a minha mĂŁe, que tem essas mesmas caracterĂ­sticas. Esse Ă© o tipo de mulher com quem eu cresci e com quem gosto de conviver.

Sua família sugere enredos para seus livros? Não, isso fica tudo por minha conta, eles ficam longe disso, não querem participar da criação. Na nossa casa, escrever é apenas meu trabalho, é o que faço para nos sustentar.

Por que começou a escrever? Escrevi meu primeiro romance aos 19 anos e o segundo aos 22, só como teste para saber se eu conseguiria ir até o fim. Aos 28, decidi que eu iria tentar novamente, mas dessa vez levaria a tarefa a sério. Tive a ideia para o romance, mas parte de mim também queria obter um resultado bom o suficiente para, talvez, continuar a escrever, no futuro.

De onde veio a ideia para esse primeiro livro, Diårio de Uma Paixão? Essa história foi inspirada nos avós da minha esposa, é basicamente a vida deles contada nas påginas. Eles se conheceram quando eram crianças, mas a mãe dela não gostava dele e os afastou, levando a menina embora. Ele escrevia-lhe cartas, que não eram entregues pela mãe. Anos mais tarde, ela ficou noiva de outro rapaz, mas decidiu procurar o antigo namorado. Enfim, a maior parte dos elementos dessa história é real. O livro foi vendido à editora por um milhão de dólares. Quando ele finalmente chegou às prateleiras, ficou por mais de um ano na lista de livros mais vendidos do jornal The New York Times. Foi um grande sucesso desde o início.


Por que prefere usar cidades pequenas como cenårios para suas histórias? O caminhar da vida nessas cidades é mais lento. Acho que elas possibilitam a criação de historias mais calmas, em que os personagens consigam conversar sem ter a pressão e a rapidez de uma grande cidade. Simplesmente funciona, é o que sempre faço e os leitores parecem gostar desse ambiente, então continuo escrevendo assim.

Por que a maioria de seus livros trata de morte e redenção? Para fazer um livro memorĂĄvel, o mais importante Ă© evocar todas as emoçÔes genuĂ­nas. Raiva, traição, amor, frustação, confusĂŁo e perda. Se um livro fala sobre todas as emoçÔes, ele faz com que os personagens e os dilemas pareçam reais. Se vocĂȘ ignora uma delas, passa a impressĂŁo de ser uma fantasia.

Tem planos de tentar outros gĂȘneros literĂĄrios ou escrever algo diferente? Se eu fizer isso, vai ser em outro formato de mĂ­dia. Eu tenho uma produtora de televisĂŁo e as histĂłrias que crio para a TV nĂŁo serĂŁo todas histĂłrias de amor. Uma delas trata do velho oeste, em 1864, outra Ă© uma releitura moderna de Romeu e Julieta. Na televisĂŁo eu exploro diferentes gĂȘneros, mas em literatura estou feliz com o que estou fazendo.

HĂĄ um mĂ©todo para se fazer literatura? Com bastante trabalho, uma pessoa consegue se tornar uma boa escritora, tecnicamente falando, Ă© capaz de aprender a mecĂąnica da escrita de qualidade. Mas isso nĂŁo significa que ela serĂĄ capaz de escolher ou desenvolver uma histĂłria original. O verdadeiro desafio Ă© criar uma boa histĂłria que os leitores e os estĂșdios de Hollywood vĂŁo adorar. É algo muito difĂ­cil de se fazer.

E como o senhor faz? Eu nĂŁo tenho certeza. Eu leio muito e quando termino de ler romances, sempre me pergunto como posso mudĂĄ-los e transformĂĄ-los em novas histĂłrias. Eu posso ficar com essa pergunta por muito tempo na cabeça, atĂ© que as ideias misturadas começarem a fazer sentido. AĂ­ sim, estou pronto para escrever. Isso pode demorar uma semana, mas tambĂ©m pode demorar seis ou sete meses. A ideia de O Casamento demorou trĂȘs anos para se concretizar em um romance. Pode levar muito tempo atĂ© conseguir harmonizar todos os elementos de uma histĂłria.

Quais autores sĂŁo referĂȘncia para o seu trabalho? Todos os dias leio os jornais The New York Times, The Wall Street Journal, The Financial Times e o jornal local. Por ano, leio cerca de 125 livros, de thrillers a nĂŁo-ficção. O autor que mais influenciou meu trabalho e meu estilo de escrita Ă© Ethan Canin, um escritor provavelmente desconhecido no Brasil. E um autor importante para mim em outros aspectos, como na criação de personagens que se assemelham a pessoas reais, surpreendentemente, Ă© Stephen King. É um gĂȘnero muito diferente, mas ele faz com que os leitores nĂŁo consigam parar de virar as pĂĄginas.

Como vĂȘ a crĂ­tica ao seu trabalho? NĂŁo leio uma resenha hĂĄ uns dez anos, para ser franco. No começo, eu ficava um pouco mais frustrado quando recebia uma crĂ­tica negativa, mas, no geral, oito ou nove de dez resenhas sĂŁo positivas. Estou satisfeito com isso.

O senhor fica ressentido por não ser considerado parte do mainstream literårio? De maneira alguma. No fim das contas, a longo prazo, são os leitores que escolhem os clåssicos, não os críticos. Olhando para o passado, ninguém gostou de O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald, quando foi lançado. Agora é um clåssico. Acredito que alguns dos meus livros serão lembrados por muito tempo e lidos muitas vezes, como O Diårio de Uma Paixão. Daqui 50 anos, as pessoas ainda vão ler esse livro.


E aĂ­ leitores, gostaram da entrevista? Gostam dos livros do escritor?





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1 comentĂĄrios

  1. Carol Sousa '16:29

    Ameeei , Amo os Livros de Nicholas Sparks , Acho ele perfeiito ,'

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