Dicas

DICAS: Todos os dias de ontem, de Newton Emediato Filho

16:58Isabela Lapa



Todos os Dias de Ontem reúne vinte contos inéditos e é o segundo do autor. Este é um projeto premiado peloPrograma + Cultura Bacia do Rio São Francisco/ FUNARTE e Ministério da Cultura. O trabalho coleta histórias de tradição oral contadas na região centro-sul de Minas: alto do Paraopeba; levando em conta a alteridade.

Em Belo Horizonte foi lançado na Academia Mineira de Letras no dia 20/12/2012. Este livro será lançado ainda em vários municípios mineiros e em outros estados do Brasil.


SINOPSE DO LIVRO: Todos os Dias de Ontem

São vinte contos inéditos de ficção brasileira. O Livro de contos Todos os Dias de Ontemresgata Histórias de tradição oral vividas por vários personagens que possuem destinos similares. O cenário onde os fatos se desenrolam é cada vez mais inóspito devido ao advento da tecnologia que provoca imensas transformações nos costumes e tradições locais; percebendo-se nitidamente a discrepância das desigualdades sociais presentes no Brasil. Os personagens são vários: crianças, adultos e idosos, tendo em comum as mesmas necessidades básicas.

O autor se motivou a escrever este livro quando esteve em contato com várias comunidades remanescentes, compostas por quilombos e fazendas tradicionais, onde interagiu com vários informantes que habitam estas regiões. Realizou-se o que se chama na Antropologia de Observação Participante.

Ao ouvir estas pessoas, o autor registrou em forma de contos, histórias de tradição oral que são contadas por essa gente. A relevância em divulgar estes relatos, é uma tentativa de conscientizar os leitores a refletir sobre a importância da preservação desta cultura regional que se fragiliza à medida que o avanço tecnológico se aproxima. Em contramão desta desvalorização que vem acontecendo, neste projeto há um resgate destas tradições, levando-as ao conhecimento do mundo.

Juntamente à cultura local que se perde gradualmente, também a língua se acultura, assimilando palavras do universo exterior. Quando o autor resgata este linguajar sertanejo, não tem por intenção manter a língua estática, uma vez que compreende a dialética do mundo. Todavia, quer mostrar a resistência linguística que ainda sobrevive paralela a este conflito.

Portanto, o maior dos motivos de um trabalho desta natureza é o respeito à alteridade, quando leva o leitor a perceber que a valorização da cultura do outro é imprescindível. Somente assim é possível amenizar o impacto cultural entre as diferentes regiões culturais do mundo.


PREFÁCIO

Newton e suas maçãs.

Pequi maduro, flor de ipê amarelo, garapa: esses são os aromas que exalam da maçã poética que Newton, mascando nuvens por sob o copado pé de literatura, descobre em queda livre no permeio de escassas folhas e esparsos ramos, sutilmente bordados com o brilho de luas e estrelas de sua Minas Gerais natal, terra de rendeiras, moendas e pirilampos.

Sua poesia finamente amadurecida se manifesta em contos marcados pela cultura popular e pela oratura característica das comunidades do interior desse nosso Brasil profundo. Às divindades telúricas, Newton oferenda fábulas encantadoras e mágicas – como se fora um sertanejo enamorado, ressoando, nas tesas cordas da viola, seus fugazes amores – em quase iluminada noite de quarto crescente.

Os contos de Newton têm o denso sabor de uma revolução copérnica às avessas: relembram esses contadores de causos que encantam os astros e o firmamento, os quais, por sua vez, cedem à tentação de refazer suas trajetórias pretensamente definidas pelas leis imutáveis da atração entre massas.

Assim como sonha sua personagem Luna, nosso escritor molda na argila do verbo um universo em cujas esquinas – polidamente arredondadas – diferentes experiências de vida transcorrem e constroem um entrelugar de todas as existências humanas. Esses entrelugares são deslocados como os “biomas de transição” – Mata Atlântica e Cerrado – que se distribuem em alternância com faixas mais agrestes da Caatinga mineira, no espaço lúdico em que evoluem personagens e histórias.

A vida árida desses personagens, seus improváveis encontros e inevitáveis desencontros em meio à vegetação rarefeita, correspondem à exaustiva jornada da existência humana. Na casa de Fabrício e Felício, “fotos ancestrais” são imagens evanescentes que relembram a formação do povo brasileiro, em sua perene luta pela sobrevivência, sempre em processo de erosão em virtude das intempéries naturais, sociais, familiares ou individuais.

Como as cartas amiúde extraviadas voluntariamente pelas mãos de Felício, o carteiro analfabeto, o destino bate aleatoriamente à porta dos moradores das casas e casebres do sertão, à porta de todos nós. Nas páginas de Newton, a maçã letrada tem também seu sabor de pecado originário – é por seu intermédio que a danação distribui-se generosamente entre todos, sem exceção. Quem nos dera podermos devolver ao remetente o destino que nos foi misteriosamente endereçado em letras ilegíveis!

Que o leitor sucumba ao chamado dessa maçã: o pomo da danação é sua sina irremediável!

Boa leitura.

Marcelo Marinho. Doutor em Literatura Comparada, realizou sua formação universitária na Sorbonne, em Paris. Leciona Literaturas de Língua Portuguesa e Teoria Literária na Universidade Federal da Fronteira Sul, em Santa Catarina.


AUTOR

O escritor e pesquisador Newton Emediato Filho, natural de Belo Vale, Minas Gerais é formado pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas/UFMG. Graduou-se em Ciências Sociais (Sociologia, Antropologia e Política) e se especializou na Faculdade de Direito, da mesma Universidade, em nível de Mestrado em Assessoria Técnico-Legislativa Avançada.

É autor de vários ensaios sobre a obra de um dos maiores escritores latino-americanos, João Guimarães Rosa e outros. Um Carro de Bois que Transportava Logos é seu primeiro romance O conto Um Papagaio Palimpséstico recebeu os prêmios: Projeto Manuelzão/UFMG e Menção Honrosa pela Editora Guemanisse/Teresópolis/Rio de Janeiro/RJ. Newton também foi premiado no Concurso Guimarães Rosa com o conto O tempo de um livro na IV Jornada Guimarães Rosa/UFMG, organizada pela Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – Sobrames/MG. Participou ainda do livro Asgard: A Saga dos Nove Reinos lançado em 2011 pela Editora Jambô, com o conto Em Transe. Newton representa a Seccional da Associação Internacional dos Poetas Del Mundo de Minas Gerais. Também é Embaixador Universal da Paz pelo Círculo de Embaixadores Universais da Paz Genebra/Suíça.


Quem quiser pode acompanhar as novidades e notícias sobre o livro no facebook.



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1 comentários

  1. Anônimo18:26

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