A Noite dos Mortos Vivos A Volta dos Mortos Vivos

A Noite dos Mortos Vivos e A Volta dos Mortos Vivos, de John Russo

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O fascínio pela vida, o fascínio pela morte e o fascínio pela vida após a morte parece acometer todos nós. A tragédia de uma possível desumanização de nosso corpo fez e faz parte de nosso imaginário, bastante explorado pela literatura, pelo cinema e pelas artes em geral. Podemos dar como exemplo a clássica obra de Mary Shelley em que um homem volta à vida pelas mãos do doutor Frankenstein. No cinema, talvez, o maior clássico seja A Noite dos Mortos Vivos e A Volta dos Mortos Vivos, também transformado em romance por John Russo.

A Noite dos Mortos Vivos e A Volta dos Mortos Vivos, de John Russo, são os romances escrito pelo mesmo autor do roteiro do primeiro filme, A Noite dos Mortos Vivos (1968), de George Romero, lançado pela DarkSide Books em comemoração ao 45º aniversário do filme. Já o segundo romance, A Volta dos Mortos Vivos não é baseado no filme dirigido e roteirizado por Dan O’Bannon, mas sim resultado da primeira concepção feita para tal obra, ainda no tempo da criação do primeiro filme.
A Noite dos Mortos Vivos

A Noite dos Mortos Vivos conta a história de Barbara, uma bela moça que vai com seu irmão Johnny ao túmulo de seu pai deixar umas flores, quando é surpreendida por uma criatura estranha que devora seu irmão. Ela foge desesperada e catatônica e é resgatada por Ben, um negro, forte, que se refugia com a moça em uma casa a fim de se proteger do perigo ainda desconhecido. Pelas transmissões do rádio e da tv, eles descobrem que se tratam de criaturas recém mortas que voltaram à vida e estão sedentas por carne humana. Assim, os dois, mais algumas pessoas escondidas no porão como o covarde Harry, sua esposa Helen e sua filha mais nova que está adoentada, além de um casal de namorados, elaboram um possível plano de fuga. Na tentativa de fuga daquele lugar, todos vão ter de enfrentar as criaturas.

Baseado no clássico filme, o livro não deixa nada a deseja. Transmite passo a passo o desespero que aos poucos toma conta de todos, principalmente ao ver a irrelevância da existência humana frente aquelas criaturas famintas, capazes de devorar um corpo humano em poucos minutos, mostrando que tudo que temos e somos, no fundo, é apenas um monte e amontoado de carne, como no exemplo:

Os mortos-vivos a arrastaram para fora da casa, rasgando-a em pedaços e mergulhando as mãos e os dentes nas partes mais macias de seu corpo, enquanto grupos de dois ou três monstros canibais puxavam e torciam seus membros, tentando quebrar e rasgar o osso e a cartilagem para desmembra-la completamente.
A cena principal e mais clássica, do momento em que a menina do porão volta à vida como zumbi, é o claro reflexo de como os laços afetivos e familiares, o senso de comunidade e a possibilidade de dar sentido a morte se destroem em questões de segundos neste contexto.

Trata-se de uma obra que imortaliza em um novo formato o filme e, se a tecnologia cinematográfica envelhece, a imaginação refletidas nas páginas dos livros permanecerão sempre a postos para recriar A Noite dos Mortos Vivos.

A Volta dos Mortos Vivos

A Volta dos Mortos Vivos conta a história de uma área rural dos Estados Unidos, com poucas casas, em que um ônibus se acidenta matando todos os passageiros. Por conta do incidente com mortos-vivos de dez anos atrás toda a população corre para cravar estacas na cabeça dos mortos antes que a polícia chegue para o resgate. No entanto, alguns escapam e mais uma vez os mortos se levantam para a vida. Assim, a família de Bert Miller, suas filhas Sue Hellen, Ann e Karen, grávida de pai desconhecido, se escondem para tentar sobreviver. No entanto, uma tentativa de fuga de Sue Hellen vai colocar tudo a perder.
O problema agora é que, se aproveitando do caos urbanos, pequenos grupos de bandidos, saqueadores e estupradores andam invadindo as casas, abusando das mulheres e roubando tudo aquilo que podem, enquanto a polícia consegue se organizar com voluntários para resgatar as famílias mais isoladas. Desta vez, o policial Dave e Carl estarão sob o jugo de alguns desses bandidos, e apenas o xerife McClellan, assim como fez na obra anterior, poderá ir atrás dos sobreviventes.

Trata-se, também, de uma obra intensa, que torna a humanidade mais crua, mais densa, mais complexa e desfaz um bocado a dualidade: homens bons x mortos-vivos maus de A Noite dos Mortos Vivos. Agora, ambos são ameaças e lutam juntos para a extinção da fina camada que chamamos de civilização e que pode se desfazer a qualquer momento.
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