Allan Moore David Lloyd

V de Vingnaça, de Allan Moore e David Lloyd

09:47Kellen Pavão


Esta semana falaremos sobre V de Vingança, uma história em quadrinhos que retrata uma sociedade onde a liberdade e a cidadania são oprimidas e censuradas pelo regime totalitário.A trama se desenvolve em um distópico futuro pós guerra na Inglaterra, onde predomina o fascismo e a opressão. Não existe liberdade de expressão e tudo é controlado pelo governo, que impõe seu autoritarismo e massacra os direitos e liberdades individuais. 

Esta sufocante situação fomenta o surgimento de um nome que se rebela contra a tirania do regime vigente: V. Um codinome simples para um espírito revolucionário imensurável, disposto a tudo para libertar a sociedade das amarras da opressão. 

V se apresenta trajando uma imensa capa negra, sob uma máscara com um sorriso constante que impedem que ele seja identificado.  Ao longo da HQ, percebemos que este disfarce tem o intuito não apenas de dificultar a identificação de V pela polícia, mas também de enaltecê-lo como um símbolo contra a opressão. V deixa claro que sua personalidade, seu nome, sua vida pouco importam diante do seu ideal.  E assim o revolucionário V segue em busca da libertação e do esclarecimento da sociedade inglesa.

A história começa a partir de uma cena de violência contra uma adolescente chamava Evey, que é capturada pela polícia enquanto tentava se prostituir. Os policiais (chamados de homens do Dedo) ameaçam violentá-la e matá-la logo em seguida, até que chega V e a resgata.  Eles fogem e logo depois  V explode o parlamento inglês, o que deixa Evey muito assustada. 

Confusa e desamparada, Evey se sente segura na companhia de V, já que ele a salvou dos policiais. Apesar da desconfiança provocada pela máscara e pelo que V acaba de cometer, Evey é seduzida pelo seu salvador, deixando claro que o ajudará desde que ela não seja obrigada a cometer nenhum assassinato.  Como a cultura se perdeu pela guerra e o que resta é controlado pelo governo, V começa a mostrar a Evey seus conhecimentos e a transforma em uma espécie de aprendiz.  Ela começa a ler e conhecer  coisas que até então não conhecia, já que a guerra destruiu grande parte da cultura e o governo controla todas as transmissões, monitorando inclusive a vida pessoal das pessoas (como no livro 1984 de George Orwell).

V, que foi torturado em  campos de concentração onde eram realizados experimentos, torturas e assassinatos de minorias segue com sede de vingança, buscando livrar a sociedade do autoritarismo e poder dos governantes. Para tanto, ele conta com a ajuda e o aprendizado de Evey que além de se tornar sua companhia,  desenvolve um grande carinho pelo seu tutor.

Ao longo da trama V executa seu plano de Vingança e se infiltra no próprio sistema, evidenciando toda a corrupção existente, os abusos e violações. O interessante é que V deixa claro que as mudanças são feitas dia a dia, e que ele sozinho não será capaz de mudar todo o sistema. V não quer ser herói ou mártir, tanto que se oculta por trás da máscara. Ele não representa uma única pessoa, mas sim um ideal de revolução. 

V de Vingança tem uma boa carga de suspense e uma crítica social muito marcante. O anarquismo de V representa força, inconformismo, questionamento e principalmente a luta por um ideal que todos nós nunca podemos abandonar. Ele nos da uma grande lição esperança e garra, mostrando que nunca podemos nos acomodar diante de qualquer opressão. 

A HQ deu origem a um filme de mesmo nome, sobre o qual falaremos em outra oportunidade.

Trechos da HQ: 

" Todo mundo é especial, sem exceção. Todo mundo é herói, amante, tolo, vilão."

"Restrinjo a min à liberdade que nego aos outros? Não. Eu me restrinjo à minha cela e sou apenas um cervo. Eu, que sou mestre de tudo que posso ver."

"Seu nome é Anarquia. E ela me ensinou mais como amante do que você imagina. Com ela aprendi que não há justiça sem liberdade."

"Pelo poder da liberdade, eu, enquanto vivo, conquistei o universo."

" O barulho é relativo ao silêncio que o precede. Quanto mais absoluta a quietude, mais devastadoras as palmas." 

"Nossos governantes não ouvem a voz do povo há gerações Evey."









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