Crítica Editora Valentina

Passarinha, de Kathryn Erskine

00:00Universo dos Leitores


"FiNESse?

Isso.
Gostei dessa palavra, o que quer dizer?
Fazer uma coisa com tato e habilidade ao lidar com uma situação difícil.
Fico surpresa por só estar aprendendo essa palavra agora. Ela é a minha cara! É o que tento fazer todos os dias para Lidar Com essa situação difícil chamada vida."

Passarinha é um livro que demanda uma leitura atenta e cuidadosa. Na verdade, não basta ler, é preciso captar a essência de cada palavra e entender o sentido de cada colocação, já que tudo que rodeia o universo da personagem é simbólico e intenso.

Caitlin, nossa protagonista, é uma garota especial. Portadora da Síndrome de Asperger, uma forma de autismo leve, ela está reaprendendo o sentido da vida, ao mesmo tempo em que busca uma resposta para os acontecimentos trágicos que deixaram marcas profundas em seu coração: a perda da mãe, em razão de um câncer, e, logo em seguida, o assassinato de Devon, seu irmão e melhor amigo, o único que entendia completamente o seu jeito e estava sempre ao seu lado.

" Eu gosto das coisas em preto e branco. Preto e branco é mais fácil de entender. Cor demais confunde a cabeça da gente."

Tendo como único companheiro o seu pai, que também está aprendendo a lidar com as perdas e com a nova realidade, a garota, que tem dificuldades para estabelecer vínculos de amizade, por entender que as pessoas não conseguem se expressar com clareza, busca conforto nos livros e nos dicionários.

Contudo, por vezes, se sente aflita já que neles não encontra a resposta para aquela palavra que escutou na TV enquanto assistia a uma reportagem sobre o caso do assassinato do seu irmão: DESFECHO.

"O bom dos livros é que as coisas do lado de dentro não mudam. As pessoas dizem que não se pode julgar um livro pela capa mas isso não é verdade porque a capa diz exatamente o que tem dentro. E não importa quantas vezes você leia aquele livro as palavras e imagens não mudam. Você pode abrir e fechar os livros um milhão de vezes que eles continuam os mesmos. [...] Livros não são como pessoas. Livros são seguros." 
Na busca pelo seu desfecho e por uma forma de se adaptar ao mundo, a querida Caitlin precisa enfrentar o pior de todos os desafios: o amadurecimento, a descoberta das suas limitações e a maneira correta para superá-las ou lidar com elas. Com a ajuda de uma professora dedicada e com uma vontade enorme de ser alguém melhor, ela passa a lutar para mudar o seu destino.

"A Sra. Johnson devolve o meu trabalho de grupo. (…) Não se usam maiúsculas em substantivos comuns. Só as palavras especiais levam maiúsculas. (…) Ela colocou um X em cima do C de Coração e escreveu um c minúsculo. Não parece certo desse jeito. (…) Como pode existir alguma palavra mais especial que Coração?" 

"O tempo é o melhor remédio. (...). Como poderia ser? Um relógio não é como um comprimido ou um xarope. E eu não preciso de remédio. Preciso de um Desfecho."
É interessante observar que apesar de todas as dores que rodeiam a nossa protagonista, o seu olhar sobre a vida não é melancólico. Dentro dela existe uma esperança tímida e um humor discreto, que não são exteriorizados da forma como estamos acostumados, mas que permanecem e persistem, até que alcançam o verdadeiro sentido do SER. Além disso, ela possui uma pureza ímpar e uma inteligência peculiar, que sem dúvida são os pontos chaves para a sua personalidade... Sim, ela vai te encantar completamente!

"Os olhos são as janelas da alma, diz o Sr. Walters. Quando você olha dentro dos olhos de alguém pode ver muito sobre a pessoa."
Leitura incrível, tocante, surpreendente! A lição? Bom, para ter uma boa vida, é CAPTAR O SENTIDO, RESPEITAR O ESPAÇO PESSOAL, APRENDER O QUE É EMPATIA e encontrar o DESFECHO, o seu desfecho...


Leiam e apaixonem-se... 













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