Billy Elliot Crítica

Billy Elliot, de Melvin Burgess

00:00Universo dos Leitores

Baseado no roteiro cinematográfico de Lee Hall, o livro Billy Eliot conta a história de um garoto que vive com o pai, o irmão e a avó. Órfão de mãe, ele passa a maior parte do tempo tentando compreender as razões pelas quais ela se foi e os motivos pelos quais ninguém gosta de falar sobre ela. Acontece que enquanto ele se preocupa com os sentimentos, o seu pai e o seu irmão, dois machões incuráveis, só pensam em trabalhar e em ganhar dinheiro, afinal, eles são mineiros e o setor está passando por uma crise econômica muito grande, a categoria está em greve e várias pessoas estão perdendo os seus empregos. 

"Querido Billy, sei que devo parecer uma lembrança distante para você. O que provavelmente é bom. Já deve ter passado muito tempo. E eu terei perdido a oportunidade de ver você crescer, chorar, rir e gritar. E terei perdido a oportunidade de lhe dar umas broncas. Mas quero que saiba que sempre estive aí com você, em todos os momentos. E sempre vou estar. E fico feliz por ter conhecido você. E feliz por você ser meu. Seja sempre você mesmo. Vou amar você para sempre."

Se não bastassem todos esses problemas, Billy ainda sofre com a pressão do pai, que sonha que ele seja um famoso lutador de box. Acontece que ele não leva o menor jeito para o esporte e acaba percebendo que tem um talento especial para o ballet. A sua vida vira do avesso quando o pai descobre que ele está faltando nas aulas de luta para dançar e o garoto precisa aprender a lutar pelo que acredita e, principalmente, precisa aprender a aceitar quem ele realmente é! 
O livro é narrado em primeira pessoa e possui capítulos alternados entre os pontos de vista de vários personagens. A maior parte dos capítulos é narrada por Billy ou pelo seu pai, Jackie, com isso, conseguimos conhecer melhor os pensamentos de cada um deles, o que contribui para aumentar as nossas emoções e nos deixar em um enorme conflito interno: torcemos por Billy, mas não conseguimos sentir raiva de Jackie, que se mostra uma vítima de uma sociedade machista e preconceituosa.

"E aqui estou. Lutando pelo Tony, mesmo sem saber se vai dar pra vencer. Lutando pelo Billy, apesar de não ter nada para oferecer a ele, mesmo que a gente vença. Não tenho mais nada para eles. Nem emprego. Nem mãe. Nem futuro. Só eu, aqui e agora. É tudo o que me resta."
Com diálogos inteligentes e uma narrativa envolvente, o livro tem uma leitura fácil, que prende a atenção desde a primeira página e que emociona nos detalhes... A história é singela e delicada, fala sobre a vida e as voltas que ela pode dar...

Vale destacar que o livro também é uma verdadeira declaração de amor à dança, afinal, é por meio dela que o nosso protagonista descobre a importância da determinação, da disciplina e da força de vontade. É por meio dela que ele descobre o que ele realmente quer e quem ele realmente é! Na vida dele, a dança foi um divisor de águas, foi o ponto principal para a felicidade... 

Sem dúvida um livro lindo, que faz jus ao filme (que eu tanto amo) e que vale a pena ter na estante!



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